Zila Mamede

O Rio
                                           à Mauro Mota
                  
 
Um rio há  adormecido em cada infância,
rio seco ou de enchente, intempestivo
rio que não cresceu - riacho riba.

Mas o que conta em nós é mesmo o rio
correndo na memória com seu jeito
de rio, sua boca chã de rio,

a força de ser rio e ser caminho
de rio, noite assombração de rio,
chamado ser em oculto chão de rio,

ter os remorsos fluviais de rio
que afogou nas areias dois meninos
e de seu pranto fez nascer cacimbas.

 
                                        
Remetente: Walter Cid

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 Página editada  por  Alisson de Castro,  Jornal de Poesia,  08  de  Maio  de  1998