LÁGRIMAS - Sonetos - 1954 (esgotado)
Maria das Dores Dominguez Ramirez Galhardo Palmeira (Lolita Ramirez)
nasceu em 1929 na cidade algarvia de Vila Real de Santo António
- cidade na foz do rio Guadiana e fronteira da vizinha Espanha. É
descendente, por parte de pai e de mãe, de família espanhola.
Por este fato, se sente herdeira das duas culturas.
Licenciada em Filologia Românica, curso que iniciou na Faculdade
de Letras de Coimbra e que completou na Universidade de Lisboa, teve sua
vida dedicada ao ensino. Aposentou-se neste ano de 1998. Os seus colegas
e amigos ofereceram-lhe um jantar em sua homenagem. No presente
momento, já aposentada, continua se dedicando à poesia
e às artes. Tem vários presépios executados em preciosas
minúcias de figuras, tamanhos e materiais diversificados. Alguns
destes trabalhos foram apresentados em exposições
Mulher apaixonada e no permanente exercício da arte poética, são da sua autoria : “Lágrimas” - Sonetos - 1954 ; “Flores do meu Caminho” - Poemas - 1985; “Shalom” - Sonetos - 1987; “Saudade” - Sonetos - 1988; “Nas Tuas Asas Gaivota” - Sonetos - 1995. Participou ainda com 3 dos seus sonetos em “Breve Antologia da Poesia Feminina Algarvia”- volume I ( Baía Azul - In Nas Tuas Asas, Gaivota; Sobre o Guadiana - In Nas tuas Asas, Gaivota e Balada -In Shalom). |
FLORES DO
MEU CAMINHO
O sol surgiu mais rubro E indulgente Pra despertar a morta Natureza, E em seu loiro esplendor Cor e alma lhe deu Vestindo-a de princesa! Pudesse eu como Tu Vogar no alto mar Dos séculos sem era ... Passa o Inverno E voltas mais bonita, Mais cheia de perfume, Ó Primavera! Da minha vida O sol morno de Abril E o quente sol do Estio Apartando-se vão Com asas de quimera! ... Sem apelo O Outono virá, Depois o frio Inverno Para cobrir de neve o meu cabelo ... Então contemplarei Na histórica ruína De meus anos O Terno ressurgir De muitas primaveras ... Chegará a seu termo a mocidade, Mas que importa, Se da vida o Inverno Será um passo mais Para a longa viagem Rumo ao País Eterno?! Voltam as Estações No seu rodar infindo. Eu arbustro serei P’ra que nos ramos seus As graças mil de Deus Construam doce ninho. Então a Primavera Nunca mais terá fim Porque as bençãos do Céu São pétalas, são flores, Irreais? Sim, Mas flores, FLORES DO MEU CAMINHO! |
Tenho saudade da Saudade imensa
Pedro e Inês... Coimbra em mim se adensa ...
Coimbra que meus sonhos arrebatas
|
Nas tuas asas dorme o meu afeto
Nas tuas asas vou ganhando altura
É pergaminho a doce madrugada
|
Veja mais poemas de Lolita Ramirez |
|