| Arlindo
Barbeitos 
 
 por entre as margens da esperança 
/e da morte
 meteste a tua mão
 e
 eu vi alongados nas águas
 os dedos que me agarram
 em lagoa de um sonho 
corpo de jacaré
 é soturna jangada de palavras
 /secas
 por entre as margens da esperança
 /e da morte
 a sul do sonho 
a norte da esperança
 a minha pátria 
é um órfão
 baloiçando de muletas
 ao tambor das bombas
 a sul do sonho 
a norte da esperança
 
 |