A
DUAS MÃOS
I
em
parceria com
Luciano Maia
O
sono me assedia, as pálpebras se fecham
e
a luz de outra data à mente se insinua
a
fim de que teus dotes junto a mim se mexam,
aos
requebros ciganos qual de mulher nua.
Jogar-te
eu bem quisera em plena e fria rua
as
lágrimas do céu nem querem nem te deixam
e
além do mais por ver-te tão assim se vexam
no
transitório absconso da verdade crua.
Coitado,
então, de mim, sem saber qual destino
darei
a quem me ligo com doidice imensa
como
a jungir o diabo co’ algum ser divino.
E
a noite agora fúlgida a brilhar compensa
fazimentos
da alma, encanto e muito tino,
ganhando
a lucidez, vencendo a malquerença.
[Escrito
na última página de um exemplar do livro do Desembargador
FERNANDO XIMENES
Controle de Constitucionalidade das Leis Municipais – Atlas/SP
2002 – Ideal Clube, Fortaleza, CE, na noite do lançamento,
14.03.2002]
Traz ainda
o imprimatur do
Alexandre
Figueiredo,
que assinou]
A
DUAS MÃOS COM LUCIANO MAIA
II
Vai-se
a última bomba requestada,
vai-se
outra mais, são das americanas,
muitas
outras iguais e bem bacanas,
fingindo-se
sozinhas para nada.
Ribombando
com a fúria de quem brada
de
canhões de depois das Taprobanas,
agora
mesmo vejo a disparada
da
campanha mais vil entre as profanas.
Perdi-me
entre os enredos do poema,
confundindo
na súplica pequena
de
uma verve imbecil que inda me move.
E
buscando o mais alto da existência,
sinto
esvair-se a minha experiência
na
recorrente prova de outros nove.
[Escrito
na contracapa de um exemplar do livro do Desembargador
Fernando Ximenes, Controle de Constitucionalidade das Leis Municipais – Atlas/SP
2002, lançado no Ideal Clube, na noite de 14.03.02. Ainda
com o imprimatur do
Alexandre Figueiredo, que assinou]
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