| 
             
            
            Albano Martins 
                                         
                                                                        
                                                                        
                                                                        
                   
              
                                                                   
                                                                        
                                                                        
                                                                        
                   
            
            Sobre a poesia de Soares Feitosa 
                                                                   
                                                                        
                                                                        
                                                                        
                   
              
                                                                   
                                                                        
                                                                        
                                                                        
                   
              
                                                                   
                                                                        
                                                                        
                                                                        
                   
            Psi, a Penúltima: comparo-a à 
            torrente de um rio, um rio de inverno, que ora se dilata e 
            transborda, arrastando para o leito os materiais dos aluviões, ora 
            desliza apaziguado, num sussurro de flauta (a flauta de Pã?, a 
            flauta do pastor?), em pleno verão de seivas e colheitas.  
                                                                        
          
                                                                        
                                                                        
                   
              
                                                                        
          
                                                                        
                                                                        
                   
            A voz que fala nesses versos vem de 
            dentro, dos recôncavos da experiência, do fluxo das emoções, mas, ao 
            soltar-se recolhe os ecos de outras vozes, impregna-se de 
            substâncias das culturas, contamina-se de outras experiências. Nos 
            seus poemas casam-se a tradição e a modernidade — a mais ousada, por 
            vezes. Neles, ora perpassa o sopro largo da epopéia, ora a música em 
            surdina do lirismo. Desafectação e coloquialidade são outras marcas 
            visíveis desses poemas que entronizam o real e fazem dele a matéria 
            mais sensível do seu canto.  
  
                                                                        
          
                                                                        
                                                                        
                   
            
              
                                                                        
          
                                                                        
                                                                        
                   
              
                                                                        
          
                                                    |