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Clevane Pessoa


 

Ciganinha, de Vânia Moreira Diniz
 

 

Pela Editora Ottoni, a humanista e mulher de Letras Vânia Moreira Diniz editou há pouco seu esperado Ciganinha.

A personagem,uma criança encantadora, tem, no cerne de sua personalidade em formação, o caráter humanitário da autora. "Ciganinha" é ela própria, multifacetada, ramificada em fecundas.

O capista se inspirou em "Lendo nas Nuvens", para elaborar o desenho.

Tal qual em "O Pequeno Príncipe, o conteúdo do imaginário reveste-se de filosofia de vida. Quando eu era pequena, lia, da Condessa de Ségur, o livro "As Meninas exemplares", seguido de "Os Desastres de Sofia". Os episódios eram educativos, eivados da representação dos bons sentimentos. Os valores familiais, tão bem cultivados na vida real de nossa querida autora, o coração humanitário, que se confrange e entrega aos mais desvalidos, são reflexo, no livro, de sua própria rica vivência. Há dias, lançou livros no Rio de janeiro (mora em Brasília) destinando a renda aos necessitados, gesto que muitos poderiam imitar, nesse País de tantas desigualdades sociais.

Por isso, a Vânia menina é a mesma Vânia mulher, a mesma "Ciganinha" que lá atrás, se formava no caldeirãozinho mágico do cotidiano.

Sim, o livro se destina a um público previamente considerado,o infanto-juvenil. Mas quem foi que disse que nós, adultos, não adoramos esse enlevo a que nos conduz cada uma das histórias? Todas podem ser lidas de forma independente, mas há um fio condutor enfiado na agulha de ouro que as mãos da alma da autora maneja com maestria.

Lindo livro. Vejam esse diálogo entre pai e filha:
 

"(...) Ciganinha então sempre pensativamente respondeu:

-Estou sempre mergulhando no mundo das lendas e também sonhando nesse mundo em que nasci. Como se chama isso? Como posso ir fundo nas duas coisas?

Tudo desapareceu. Ciganinha abriu fascinantemente os olhostão expressivos enquanto seu pai respondia fazendo um carinho em seus cabelos.

-Isso se chama imersão total, minha filhinha. Você é intensa sempre nas duas margens de vida, o que na sua idade é normal: realidade e fantasia. Por isso faz sempre esse exercício de imersão total.

Ciganinha olhou para o pai e respondeu com graça imensa:

-Quero viver nesses dois mundos, pai. Praticar sempre a imersão total, posso?" (...) in "Imersão de Ciganinha".
 

Pelo exposto,como pode perceber, "Ciganinha poderá ser um instrumento riquíssimo de formação, direto, indireto e interativo, se o livro for lido e comentado em família.
 

 

Belo horizonte, 27/11/2005
 


Publicado por clevane pessoa de araújo em 27/11/2005 às 23h08 in "Meu Diário" (b log)
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Vânia Diniz

Leia Vânia Moreira Diniz

 

 

 

 

 

08.12.2005