.
Deborah Dornellas
<ddornellas@uol.com.br>
Página anterior de
Deborah Dornellas
- A Lua
- Sentidos
- Filosófico
- Outro beijo
- Testemunha
- Pernas
- O homem impossível
- Sentimento
Mais poemas de Deborah
Dornellas
A Lua
Todas as noites
eu queria dizer-te:
Te amo, te amo, te amo,
vem, vem, vem
pra perto de mim,
me abraça...
Mas tu olhavas a lua, distraído.
Sentidos
Olho-te,
tremores nas pernas.
Toco-te,
suores nas têmporas.
Cheiro-te,
tonturas e náuseas.
Beijo-te,
disparos no peito.
Amo-te,
amores no leito.
Filosófico
Te amo.
Será que amo?
Ou me salvas
todas as noites,
todos os dias,
nas horas cheias
e nas vazias?
Outro beijo
Beija-me,
Mas com suavidade
e não com urgência.
Não consigo mais
gostar da tua língua afoita,
grossa, quente e úmida,
invadindo a minha boca,
sem pedir licença.
Testemunha
Pernas
O homem impossível
O homem impossível
não é uma estátua
ou uma figura na tela
da impossibilidade.
Caminha, movimenta-se,
existe na realidade.
Com asas formidáveis
de
arcanjo, divindade,
cuida, organiza, espera
a mulher amada
até tarde,
e sua boca impossível
só profere
verdades.
O homem impossível
não tem amor urgente.
Não tem pressa, não
tem raiva
nem suores dementes,
seus olhos enxergam
e seu coração
pressente.
Mas tem calor, o homem
impossível,
cheiro, gosto, desejo táctil
e um grande coração
portátil
que sempre carrega consigo,
sabiamente.
Sentimento
O homem faminto
não sente
a mesma fome
que sinto.
Página
inicial do Jornal de Poesia
|
|