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Foed Castro Chamma

 

Filosofia da Linguagem

 

Surpreende a amplitude de informação que a Tecnologia oferece, ativando os recursos inventivos da linguagem. A língua é uma complexa construção oriunda como imagem do símbolo, o qual ao unir as partes dá curso ao significado como Icone ou um duplo contido na sintaxe. Assim o Icone corresponde ao que o faz mover-se, a saber o sujeito subordinado ao aparato dual do Sentido e do entendimento. Entregar-se à produção da linguagem é um ofício de treva à cata de um saber que repousa na memória. Anterior ao relato a linguagem poética como invenção busca na memória os resíduos existenciais e com eles constrói o arcabouço iconográfico transformado em sucessão e significado imediatos. A imagem oculta a realidade no imaginário como um duplo que a sombra revela. Hesíodo chama a sombra de alma, a qual o Signo aprisiona compondo letras extraídas de figuras reais Remontar ao núcleo da linguagem é escavar os resíduos da memória onde o tempo deposita as figuras do sonho subordinadas a um mecanismo de retorno tal como o pensamento no estágio em que o pensar antecede ao tempo Se ao mito se atribui derivações do real, ao Icone se atribui um duplo, de maneira a recorrer-se à ação como espelho onde repousa por último a sombra como Identidade. De modo que a Arte como produção do saber imita o real ao colocar-se como experiência e invenção na medida em que reconhece no pensar a individuação atribuída ao Universo a abarcar por último a consciência que a matematização da linguagem atende em direção à liberdade na necessidade de revestir-se do Signo, liberdade mensurável do tempo e retomada pela técnica em face do Acontecimento e do Acaso.
 

 

 

Albrecht Dürer, Mãos

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Helena Armond