Erorci Santana
From: Erorci
Santana
To: Soares
Feitosa
Subject: Olhos navalhantes e palarvas
insidiosas
Feitosa, caríssimo, É tudo muito denso e abissal, os olhos como navalha e cintilância e a palavra como lâmina e serpente, com muitos refolhos, coalescências, sinuosidades: um cinema, como é de seu feitio, muito lindro. Anota aí: duas odes deste teu amigo na próxima revista Cult, se aí houver e chegar. Conte aos amigos, sem o que não haverá a menor graça. Archiabraço
amigo do |
Maurício Matos
From: Mauricio
Matos
To: Soares
Feitosa
Sent: Monday, May 26, 2003 2:08 AM
Subject: O que o tempo há de querer?
Caro Soares Feitosa,
Pôr em palavras os olhos e, através
deles, o brilho do olhar desta afegã, o canto
desenhado
de sua boca, como o de quem está para, através dos lábios, dar
ao mundo o canto de seu olhar, é coisa para Soares Feitosa.
Para
além disso, o que o tempo haveria de querer? Parece-me que é a vida
o que está nestes cantos... escrita.
Obrigado,
Mauricio Matos.
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Leontino Filho
From: Leontino
Filho
Sent: Friday, May 17, 2002 6:41 PM
Subject: A BELEZA DE UM TEXTO
Estimado amigo Soares Feitosa, Antes de mais nada, espero que tudo esteja bem com você e toda a sua família. Que bom receber notícias suas. Eu ainda por estas bandas, com vontade de voltar, ficar no meu cantinho quieto, vendo as coisas, não me conformando com o que se passa ao redor e escrevendo os meus poemas. Tão logo eu conclua este curso, já jurei para mim mesmo, vou arrumar um canto para morar e neste canto demorar um longo período. Bem, mas vamos ao que interessa, O QUE O TEMPO HÁ DE QUERER? Que texto primoroso! Quantas lições de vida você soube captar desse profundo, melancólico, angustiado e in-conformado olhar da menina afegã. Tantas coisas o tempo nos cobra e muitas vezes não nos oferece nada em troca, a não ser a sua tresloucada passagem pelas nossas retinas. Quantas vezes o tempo trai a nossa confiança como traiu escandalosamente o olhar de verde-seca dessa envelhecida menina. Mas o tempo olha dentro do nosso olho e prescruta a nossa alma silenciosa. Ele vai sorrateiramente nos levando a doce esperança, mesmo assim, lá longe, conseguimos acertar os ponteiros das estações, e por isso, sabemos que ainda resta um alento, e tal alento vem sob o manto verde de um olho que nos desarma e que nos coloca de novo em sintonia com a própria vida. Esse olhar pode muito bem ser, e, certamente, é, o dessa garota que insiste em desafiar a misteriosa armadilha dos anos. Você, como exímio poeta, olhou profundamente a menina, como se convivesse com ela há muitos e muitos anos, e desnudou o espírito solitário de alguém, que na batalha da existência, só requereu a partilha de carinho e de afeto que lhe coube/cabe no incomensurável latifúndio da ganância. Por isso, podemos afirmar, sem medo de errar: um poeta olha diferente porque sente diferente, a prova está neste seu precioso texto. Muito grato pela oportunidade de ler este seu belo trabalho e parabéns. Sempre que puder, escreva-me. Receba o abraço fraterno e afetuoso, do amigo e admirador Leontino Filho |
João Filho
From: cabezzadi
Sent: Friday, May 03, 2002 12:45 AM
Estava agora mesmo lendo lotes e mais lotes
de poesia fescenina, grotesca. Glauco
Mattoso foi uma leitura que tive que retornar com mais juízo. E então
deparo-me com este menina afegã. A foto é conhecida, tudo bem, mas
como o Sr. consegue tirar tanta densidade, lirismo dos mais aguçados
desta foto!!?? E o pior de tudo é que eu estava/estou inebriado com umas
in-des-cobertas. Isto foi o que me levou a escrever este e-mail. Conseguiu
mesmo abrir/criar uma parêntese neste meu lado fescenino. Dou a mão a
palmatória. |
Hebe Lopes de Almeida
From: Hlopesdealmeida@aol.com
Sent: Monday, June 03, 2002 4:26 AM
Subject: Re: A menina afegã
Soares, venho parabenizá-lo pelo texto sobre a menina afegã; dá-me a impressão que suas imagens poéticas e aqueles olhos grandes da menina viajam lado a lado por lugares igualmente trágicos e fantásticos; a dor e o belo se entrelaçam em seu texto e buscam a foto da menina; a menina como que também escuta e compreende a sua historia… ambos permeando encontros. Para mim, a face da menina vai declarando assim: Errar um ser em formação ou secar as águas das fontes é um erro grande demais para ser pronunciado. Não há palavras, só o espanto. Hebe Lopes de Almeida. |
Márcia Theóphilo
From: Márcia
Theóphilo
Subject: menina afegã
Caro Soares Feitosa,
A fotografia da menina afegã que inspirou o seu belo conto, eu também a tenho guardada. O seu conto è feito de emoção, simbiose dramática, sensibilidade e invenção criativa. O seu olhar de homem se transfigura e se dilata nos olhos da menina afegã . É de dentro dessa luz do olhar que nasce o texto - teatro de experiências, vivencias. Eu sempre penso que a visão da imagem feminina vista por um homem è um reconhecimento do sentir feminino e através do seu texto nós fotografamos de novo essa imagem que nos causou tanta impressão. Márcia Theóphilo |
Maria Aparecida Torneros
From: Pepita
Angeles
Sent: Friday, December 06, 2002 2:54 PM
Subject: As Meninas do afago na alma afegã
Feitosa, que olhar hein? mais que olhar, que afago de afegã assustada com a vida, com o mundo injusto e com a incerteza de sobreviver na alma dos que a podem observar... Menino, que lindo o seu texto... mais que lindo, que sentimento de profundidade na tal alma humana tão perdida na loucura da guerra... Obrigada por ter me proporcionado esse instante de ser mais gente ainda.. através da imagem e da reflexão sobre o que você criou... Beijo de afago no poeta que habita em seu instinto sensível de produzir a Paz, em plena sandice que é a luta armada pelo poder e pelo colonialismo... Cida |