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Hélio Rola & Soares Feitosa

Os leitores escreveram

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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Rogério Lima

From: Rogério Lima <rogerioadv@uol.com.br>
Sent: Sunday, March 17, 2002 8:49 AMQuadro de Hélio Rola [2001]
Subject: que galo!!

Poeta,

 
Sua descrição poética transporta-nos para uma sala de imagens, sons e sentimentos mil. É uma poesia viva que não chama o leitor a lê-la, mas toma-o pela mão e arrasta-o para o interior poético, o que muito diferente de dizer para dentro do texto.
 
Um abraço, poeta, de seu aluno
 
Rogério

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Vicente Franz Cecim

Sent: Sunday, March 17, 2002 9:47 AM
Subject: Sem cabeça

 

O ferro de engomar como se fosse um galo de costas para a rua, em cima do parapeito da janela, em pleno vento, cheio de brasas vermelhas: assim eram as roupas do Coronel.

Francisco, mano: tua frase acima traz para a prosa a loucura poética chave de Lautréamont: Belo como o encontro fortuito de um guarda-chuva com uma máquina de escrever sobre uma mesa de dissecação.

Isto é um elogio: a abertura visual do texto lançando tudo para um horizonte de vertigens: vi aí as cores ardentes do alucinado Glauber de O Dragão da Maldade contra o Santo Guerreiro.

E vi mais: vi ecoando O outono do patriarca do Garcia Marques, que anda meio dodói e deu uma entrevista recente dizendo que é o seu melhor livro - provavelmente, sim: grande texto - mas gosto igual dos Cem anos.

Obrigado pelos parabéns lusos; parabéns para ti e o teu ilustrador Hélio Rola pela parceria. 

Fui sem susto. Vai na brisa, pela vida. Grande abraço para ti e Hélio, deste aprendiz,

Franz.  

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Vera Queiroz

From: Vera Queiroz
Quadro de Hélio Rola [2001]Sent: Sunday, March 17, 2002 10:53 AM
Subject: Re: Vera, abraço muito grande. E este susto. Soares

Feitosa, querido, muito belo seu texto-poema-missal e as pinturas, idem.
Parabéns, e força, sempre!
beijo,
vera queiroz

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Antônio Filho

 

To: SF - Soares Feitosa, Jornal de Poesia

Quadro de Hélio Rola [2001]Sent: Monday, March 25, 2002 5:54 PM
Subject: A chegada do bicho

 

O bicho chegou. Chegou o bicho?! Chegou, bicho!!! Que diabo é isso de crônica escrita a quatro mãos? Duas sujas de tinta e duas sujas de letras? ÉÉÉÉÉgua que o negócio tá é bom!!!

Viu, bicho???

Abraços
Antonio Filho

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Vitor Sznejder

 

Quadro de Hélio Rola [2001] Sent: Monday, March 18, 2002 8:27 AM
Subject: Re: Vitor, li a história ancestral (até Bonsucesso). Emocionante. Vai este abraço. SF

Caro Soares Feitosa:
Antes de mais nada, grato pela visita ao meu site e, mais ainda, pela paciência de ler um texto que eu próprio ainda não consegui concluir!

Vislumbrei as referências ao Livro, no seu texto, assim como "ouvi" ecos de Garcia-Marquez e Saramago: afinal, pensei, quem será o gajo?

Será cristão-novo? Como chegou a mim?

Conte-me mais! :-)

Abraços,

Vitor Sznejder

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Jamesson Buarque

 

Quadro de Hélio Rola [2001]Sent: Monday, March 18, 2002 4:16 PM
Subject: O galo de engomar a ferro!

Poeta,

             Quando o contador de histórias retoma da memória o olvido, o pensamento se colma de uma valentia típica dos machos de antigamente: não se deixa acuar por qualquer lapso que possa, por ventura, represar o que recorre. Daí o contador se acode do que puder: imaginário e plasticidade. Outrossim, trazer à memória o pretérito, necessariamente anula o Tempo, como o entendemos, ou seja, cronologicamente. O que nos resta, pois, é entender – ou pelo menos aceitar – que o presente coabita o pretérito e a convenção do Tempo se desfaz da realidade, como o pintor consegue congelar o Tempo e sugerir seu movimento. Logo: confiar no contador, aceitar o que parecer hipérbole, e deixar que a veridicidade recorra em nossas veias, se assim for possível, ou melhor: agradável.

            Você me contando sua história do Coronel – será mesmo dele? – me faz recorrer que é possível puxar pela memória algumas imagens antigas, e depois pintá-las com algumas cores atuais, ou atualizadas. Não precisa de entrecho – basta lembrar. Então acredito que em algum lugar, ou em seu canto, você visionário do pretérito se permitiu enxergar fantasmas, fantasmas de verdade, e se preocupou em dizer como eram, ou como lhe ocorreram em algum tempo, quando os mais velhos ainda nos formavam de não esquecer de quando Seu Isso e Dona Aquilo fizeram algo – coisa de eternecer os nomes dos avôs e avós para sempre. Lembro-me de Mãe Fana, que nunca conheci. Mãe Fana é aquela avó de todo mundo da família. Aquela que viveu quase metade de um século e a metade de outro. Ela vivia com um cajado na mão esquerda. Era bem velha – aliás, essa gente antiga parece que já nasceu velha… serão algum deus aterrissado entre nós. E pensar que hoje em dia não nasce mais gente assim…

            Então pensei que Mãe Fana poderia ser o boneco. Certamente ela algum dia emplastrou minha mãe – uma de suas tantas netas: que naqueles tempos cada um dos onze filhos tinham de nove filhos para lá. Uma vez o mel escorreu da testa de um tio meu, que nem lembro o nome mais. Foi uma cacetada dada por Mãe Fana –ela não tolerava menino falar entre os adultos sem pedir licença. Depois ela o emplastrou. Mas esta é versão de minha mãe… e de outros tios também. Não sou contador de histórias como você. Conquanto acho inteligente demais essa capacidade sua de contar a história desenhando e pintando imagens. As ações você deixa para o leitor se virar. História sem tensão. História boa de ouvir porque demonstra a capacidade de movimentação da língua e recobra os valores do pretérito como prendas herdadas para não ficarem reservadas no mofo dos baús.

            Soares, o boneco é o Coronel? O boneco das histórias que minha mãe repetiu muitos anos eram vários. A família e sua memória eram o boneco, de fato. Lembro de um muito famoso, e que eu conheci: Tio João. Uma espécie de patriarca que arranjava casamento entre prima e primo para não haver muita mistura no sangue dos Buarque lá da Zona da Mata de Alagoas, precisamente em União dos Palmares – terra de Zumbi e de Jorge de Lima. Seu paletó, quase um sobretudo, ou blaze até, era igualzinho ao do coronel, mas como um pato, saído de dentro do mato depois de passar por baixo da última linha da cerca de arame farpado. Fico pensando, com isso, nas fotografias amareladas do álbum de minha mãe – então me recorre sua metáfora da luz elétrica: agora o Tempo se perpetua com um colorido forjado. Mas a luz elétrica não é natural? É. O que não é natural é a condução – daí o que se pinta hoje em dia ser tão paciente da lógica e muito vazio de imaginário… mas você saiu na contramão. Lembro-me que sobre isso, certa vez escrevi:

Galopando de vazio em vazio

 

As formas dos retratos

Sempre encontram uma dor,

Procurando o horizonte

Ou escavando alguma gruta

Estão sempre os retratos

A beijar uma retina antes,

Depois às horas não cessam o giro

Por isso as palavras insistem

Nos contornos de suas formas

Conforme fossem retratos

De voluntários gráficos acústicos

 

Dos poemas os poetas pensam cartas

(Cartas de amor a eles mesmos)

Quando eles são eles ainda vivos

Do lado de cá dos espelhos

Feito um retrato pedestre de tão vadio

 

Atrás do mundo mora o vácuo

Sem água nem sal, álcool ou nicotina

E em seus recantos viram curvas convexas

Para os próprios cantos

Lembrando retratos fotografados

De uma mesma graça num mesmo dia

 

Assim seguem o relógio, o contraste e o brilho

Pelo mercado visual do Tempo

Nesses retratos é que repousam os “tantos chãos de matos e ruas, águas e pontes” que se repetem com o véu correndo a plaga de um rio – no São Francisco é assim… eu me lembro. Quem é Hélio Rola? Ele pintou o Coronel? Sei que o Coronel é Francisco Miguel. Naqueles tempos poderia ser assim apenas com alguns ademanes e os trajes certos – hoje é quase igual. Gosto desse seu jeito de contar a história chamando a atenção para nossa memória particular. Minha memória disso, por exemplo, nem sabia que ainda respirava com tanto pulso. Dar para pensar que guardo um livro todo dentro de mim. Cada página..., onde estão? Antes sequer me dei conta que havia páginas… Nós, tão esquecidos de nós mesmos, como se não fôssemos personagens de algum história, sem trama nem enredo, como a sua, certamente um conto que se faz novela à medida que tece retalhos de memória entre o presente e o pretérito, para saber onde se reservam os intertextos do pensamento do povo, do olvido, daquilo que sabemos tanto que não nos damos conta.

Sua pintura, pois, é o emplastro. Ah, descobri o mistério da história que você conta: começa pelo título que você deixou apagado, que é o Emplastro do Coronel ou O galo de engomar a ferro. Então a natureza, morta, vive – é da capacidade de lembrar essa habilidade. Porque no interior, e naqueles tempos, as tensões da vida mascaravam-na pacata, passando tudo pelas janelas. De janela a janela se via tudo acontecer. E os braços dobrados um sobre o outro, como as dobradiças escondidas nos versos das paredes de reboco em cor clara se apagando, lembravam de costas, mesmo, um galo, ou um pássaro engaiolado. Era assim naquele tempo. E para ser macho tinha sempre de está, o então varão, em brasa. Se não tivesse, era só emplastrar. Versão boa a de sua história. Da história de sua mãe que contou a ela sua avó. Mas se dona Chica souber que você contou assim, capaz de ela ficar corada – não feito brasa, que senão é preciso benzê-la, ou emplastrá-la também: o mistério.

Principalmente retomo, Poeta, que sua história me permite à memória e imaginação lembrar um poema de lembranças guardadas. Não dessas lembranças bem desenhadas como as suas, que são lembranças substantivos – que apenas os substantivos por si sós se bastam –; lembranças apenas na medida certa que apenas se dão para o grado da goela – não na embriaguez do torpe, mas do desejo. Tive de me dar, pois, às lembranças pelo verbo, o verbo que se movimenta e pede complemento:

 

O primeiro semblante que tenho é um sapo cururu

 

Desses de beira de rio

Caminhando sobre os pedregulhos na areia da rua Maria Vicentina da Silva

Lembrando a casa de depois,

Mais tarde passaram na televisão meus programas mais divertidos,

Eu calçando botas para consertar os calcanhares

 

Na casa amarela tinha uma mangueira no quintal

Para brincar de mocinho e bandido

Sobre lembranças que não tenho mais

 

Outro semblante é meu avô Juvêncio ainda vivo

Preparando algodão doce branco

E o muro era baixinho,

Dava para ver a rua de brincar apenas às 17:00 h.

Como chá inglês

 

As luvas de boxe vieram antes da mudança para o outro lado,

Eu sempre perdia de Silvano e Júnior

Até no futebol de botão

 

Agora o que é semblante são várias cenas de muito antes

Truncadas na face do espelho,

Líquido de óleo que não se mistura com o Tempo

Gotejando lágrimas no cemitério de meu peito

 

E meu avô Juvêncio sempre foi, agora eu sei, como um galo – mas de frente também. Ele outro boneco. E para ser moderno, de fato, suas roupas brancas eram beges. Dona Hilda, minha avó – a avó do trem –, era quem o emplastrava. Ele, aliás, era um engodo, apesar de às vezes muito engraçado. Haja emplastro para dar de agüentá-lo! Bicho bruto. De esporão aceso. E homem todo amassado. Dona Hilda também era parteira e farmacêutica, isso lá em Água Preta – você conhece? Minha mãe a ajudava, era uma espécie de enfermeira. Depois casou, e teve de largar o serviço. Isso passou por Palmares, Ipojuca, Canhotinho e Recife. Esta não é minha versão, porque eu não sou contador de histórias como você. Você as tem bem dentro do peito, pulsando na pele pelos poros da carne. Eu até já havia me esquecido disso de contar histórias, ou de não deixá-las falidas no olvido.

Intrigante como sua história me fez lembrar de alguns poemas que eu havia guardado exatamente sobre o nome Lembranças num livro que nunca publiquei – até porque não conheci ainda a editora com essa vontade e, pelo menos para mim, uma publicação decente com uns mil exemplares é algo que sequer posso pensar –, o livro: Cotidiano; o poema:

 

O rio eu não vejo há muitos meio-dias

Mas recordo de sua partida sem deixar a cidade,

Indo para um lado dizendo que vai para o outro

 

A igreja eu também não vejo há muitas tardes

Mas recordo de seus vitrais de arco-íris,

Pedaços de imagens ou sacras ou fantasiosas

 

O beco eu também não vejo há muitos dias

Mas recordo de seus poetas variados,

Cabeças tortas que invertem o dia-a-dia

 

Eu, eu me vejo (quase) todo tempo

Mas não me recordo de meus pedaços,

Detalhes que de hora em hora se afastam

E esses meus “detalhes” certamente compreendem parte das histórias de um contador hábil com o pincel, a imaginação e a verdade, como você. Que não sou eu esse contador. Sei que desses há muito, como aqui em Goiás. Essa, pelo menos, é minha leitura.

Aquele abraço.

Jamesson Buarque.

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Rosa Esteves

From: ROSA ESTEVES
Quadro de Hélio Rola [2001]Sent: Tuesday, March 26, 2002 3:33 PM
Subject: Galo!!!


Olá,

O quadro é giro. O texto vem a calhar. Posso levar para os meus alunos? Não tenho nada de poeta, mas o que está dito aquece, e não é do vermelho!!! Agora, ninguém me pergunte porquê. 

Se for preciso analiso com a malta, mas só depois de me dizerem se gostam ou não e o que lhes lembra. Por aí quando eles têm exames e todos querem que estudem coisas chatas, como é que se faz? Tem-se pena e dá-se a classificação? ou cortam-se as pernas aos que mais precisam delas?

Atenção, não sou das obras de caridade. É  SÓ  PARA SABER.

 
                                       Rosa Esteves

[Em tempo: Rosa Esteves é educadora em Lisboa]

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João Arlindo Corrêa Neto

From: Joao Arlindo
Quadro de Hélio Rola [2001]Sent: Wednesday, March 20, 2002 11:22 AM
Subject: Hélio Rola e Soares Feitosa

Soares, grande poeta.

Agradeço sensibilizado a oportunidade que me foi conferida...ler tão belo texto. Poesia em forma de prosa, típica daqueles que dominam a arte de contar estórias. 

A leitura deste texto nos remete aos mais recônditos escaninhos da memória e a retina cega, embaça e turva-se. Até os cheiros se materializam...senti o cheiro de café pisado no pilão, o doce de banana batida de Mãe Bia e o aroma do mato verde. Acho que até uma lágrima brotou deste poço de sentimentos e rorejou pelos rios secos de minha face. 

Um grande abraço. Parabéns ao ilustrador.

João Arlindo Corrêa Neto

 

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Fabrício Carpinnejar

Quadro de Hélio Rola [2001]Sent: Sunday, March 17, 2002 4:56 PM
Subject: Re: Carpinejar, vai este abraço. SF

olá mano Feitosa
 
é preciso corrigir a chamada: se isso é tentativa, não sei mais o que é viagem. bela descrição - leve, um riso roubado - das gravuras do poeta/pintor Hélio.

 

[Nota do JP: 

No índice do JP o título era "Um quadro de Hélio Rola e uma tentativa de quase viagem"].

 

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Marília Gonçalves

Quadro de Hélio Rola [2001] Sent: Sunday, March 10, 2002 7:23 PM
 

Caríssimo amigo

A que tintas, meu amigo, você pinta o desenho de outro, em que tonalidades de sua infância o conjuga, nessa familiar ternura, afecto, que nos protegem para todo o sempre de nossos mesmos abismos. Ser poeta não será sobrevoar abismos com olhar infantil?

As tintas de seu amigo Hélio Rola andam sem dúvida presentes no seu olhar, mas são suas próprias recordações que a traços quentes nos retrata. Estarei enganada?

Um abraço, Soares, por essa quente saudade das mulheres que lhe andaram pela infância, não fosse eu também mulher.

Sua amiga

Marília "en France"

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Eduardo Diatahy

Quadro de Hélio Rola [2001]Sent: Sunday, March 10, 2002 3:32 PM
Subject: Re: Fessô, vai este susto. E abraço. SF
 
Don Francisco:
 
Que coisa mais poética! Você é um narrador da peste!
Fiquei emocionado... 
E a ilustração é do Hélio Rola ? Como foi que ele lhe enviou isso? (que eu saiba, ele não usava computador, e se já usa, me mande o seu e-mail dele).

Nota: Email do Hélio: <heliorola@secrel.com.br>

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Regina Lyra

 
Sent: Monday, April 15, 2002 7:02 PM
Subject: Notícias...

Regina  Lyra

Quadro de Hélio Rola [2001]Olá caro poeta

Me senti abraçada

Sustentada por aqueles braços de fantasma,

Fortes como os de um atleta!

O medo cruzou meu caminho,

Por pouco não escorreguei

Na folha da bananeira,

Pensei em correr até o pátio

Mas de repente,

Ele me assustou também.

Meio espantalho

Meio palhaço,

No primeiro instante

Me arrepiei de medo,

No entanto, despertou meu desejo

Aquele tremor que o linho causava.

Quase escapulo

Mas um frenesi louco

Tomou conta do meu corpo,

Para conseguir sair dali

Precisei dar um pulo,

Maior do que o do João,

Das Olimpíadas, é claro.

Meio desfalecida,

Meio acordada,

Não para confirmar

Essa estória fantasmagórica,

Corri para uns braços fortes

Quando pensei estar salva,

Tornou-se inusitada

Porque não era um homem,

Mas suas vestes ao vento...

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Rafael Montandon

Sent: Thursday, March 28, 2002 12:29 AM
Quadro de Hélio Rola [2001]Subject: Sobre o boneco sem cabeça

Caro Feitosa,
Textos sobre imagens me intrigam muito. É fascinante contrastar, por exemplo, a mudez sintética daquele bonequinho acéfalo com a deliciosa verborragia do seu ensaio sobre ele - a qual, aliás, fornece-me o pretexto para a confissão de uma inveja vil: a deste seu entusiasmo adolescente para com a escrita! 

Quisera eu, com minhas duas décadas, escrever com tanto furor e tanto fôlego, como faz você, do alto das suas quase seis! Especialmente feliz foi a exploração da ambigüidade da palavra "sinistra", no terceiro parágrafo.

         Com um abraço fraterno,

               Rafael Montandon.

 

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