MINUETE INVISÍVEL
Elas são vaporosas,
Pálidas sombras,
as rosas
Nadas da hora lunar...
Vêm, aéreas,
dançar
Com perfumes soltos
Entre os canteiros e
os buxos...
Chora no som dos repuxos
O ritmo que há
nos seus vultos...
Passam e agitam a brisa...
Pálida, a pompa
indecisa
Da sua flébil
demora
Paira em auréola
à hora...
Passam nos ritmos da sombra...
Ora é uma folha
que tomba,
Ora uma brisa que treme
Sua leveza solene...
E assim vão indo,
delindo
Seu perfil único
e lindo,
Seu vulto feito de todas,
Nas alamedas, em rodas,
No jardim lívido
e frio...
Passam sozinhas, a fio,
Como um fumo indo, a
rarear,
Pelo ar longínquo
e vazio,
Sob o, disperso pelo
ar,
Pálido pálio
lunar ... |