Em outro mundo, onde
a vontade é lei,
Livremente escolhi aquela
vida
Com que primeiro neste
mundo entrei.
Livre, a ela fiquei preso
e eu a paguei
Com o preço das
vidas subseqüentes
De que ela é a
causa, o deus; e esses entes,
Por ser quem fui, serão
o que serei.
Por que pesa em meu corpo
e minha mente
Esta miséria de
sofrer ? Não foi
Minha a culpa e a razão
do que me dói.
Não tenho hoje
memória, neste sonho
Que sou de mim, de quanto
quis ser eu.
Nada de nada surge do
medonho
Abismo de quem sou em
Deus, do meu
Ser anterior a mim, a
me dizer
Quem sou, esse que fui
quando no céu,
Ou o que chamam céu,
pude querer.
Sou entre mim e mim o
intervalo _
Eu, o que uso esta forma
definida
De onde para outra ulterior
resvalo,
Em outro mundo |