É um campo verde
e vasto,
Sozinho sem saber,
De vagos gados pasto,
Sem águas a correr.
Só campo, só
sossego,
Só solidão calada.
Olho-o, e nada nego
E não afirmo nada.
Aqui em mim me exalço
No meu fiel torpor.
O bem é pouco
e falso,
O mal é erro e dor.
Agir é não
ter casa,
Pensar é nada Ter.
Aqui nem luzes (?) ou
asa
Nem razão para a haver.
E um vago sono desce
Só por não ter razão,
E o mundo alheio esquece
À vista e ao coração.
Torpor que alastra e excede
O campo e o gado e os ver.
A alma nada pede
E o corpo nada quer.
Feliz sabor de nada,
Inconsciência do mundo,
Aqui sem porto ou estrada,
Nem horizonte no fundo. |