Parece às vezes
que desperto
E me pergunto o que vivi;
Fui claro, fui real,
é certo,
Mas como é que
cheguei aqui?
A bebedeira às
vezes dá
Uma assombrosa lucidez
Em que como outro a gente
está.
Estive ébrio sem
beber talvez.
E de aí, se pensar,
o mundo
Não será
feito só de gente
No fundo cheia de este
fundo
De existir clara e èbriamente?
Entendo, como um carrocel;
Giro em meu torno sem
me achar...
(Vou escrever isto num
papel
Para ninguém me
acreditar...) |