NA MARGEM verde da estrada
Os malmequeres são
meus.
Já trago a alma
cansada -
Não é de
si: é de Deus.
Se Deus me quisesse dá-la
Havia de achar maneira...
A estrada de cá
da vala
Tem malmequeres à
beira.
Se os quer, colho-os,
e tenho
Cuidado com os partir.
Cada um que vejo e apanho
Dá um estalinho
ao sair.
São malmequeres
aos molhos,
Igualzinhos para ver.
E nem põe neles
os olhos,
Dá a mão
pra os receber.
Não é esmola
que envergonhe,
Nem coisa dada sem mais,
É pra que a menina
os ponha
Onde o peito faz sinais.
Tirei-os do campo ao lado
Para a menina os trazer...
E nem me mostra o agrado
De um olhar para me ver...
É assim a minha
sina.
Tirei-os de onde iam
bem,
Só para os dar
à menina -
E agradeceu-me a ninguém. |