Fernando Pessoa

Não quero ir onde não há luz
 
NÃO QUERO ir onde não há luz,
De sob a inútil gleba não ver nunca
As flores, nem o curso o ao sol dos rios, 
Nem como as estações que se renovam
Reiteram a terra.  Já  me pesa
Nas pálpebras que tremem o oco medo
De nada ser, e nem ter vista ou gosto,
Calor, amor, o bem e o mal da vida.
   
Remetente : Ângela Campanha 
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