Porque, ó Sagrado,
sobre a minha vida
Derramaste o teu verbo?
Porque há-de a
minha partida
A coroa de espinhos da
verdade [?]
Antes eu era sábio
sem cuidados,
Ouvia, à tarde
finda, entrar o gado
E o campo era solene
e primitivo.
Hoje que da verdade sou
o escravo
Só no meu ser
tenho[,] de a ter[,] o travo,
Estou exilado aqui e
morto vivo.
Maldito o dia em que pedi
a ciência!
Mais maldito o que a
deu porque me a deste!
Que é feito dessa
minha inconsciência
Que a consciência,
como um traje, veste?
Hoje sei quase tudo e
fiquei triste...
Porque me deste o que
pedi, ó Santo?
Sei a verdade, enfim,
do Ser que existe.
Prouvera a Deus que eu
não soubesse tanto! |