Lenta e quieta a sombra
vasta
Cobre o que vejo menos
já.
Pouco somos, pouco nos
basta.
O mundo tira o que nos
dá.
Que nos contente o pouco
que há.
A noite, vindo do nada,
Lembra-me quem deixei
de ser,
A curva anônima
da estrada
Faz-me esquecer,
Faz-me ter pena e ter
de a ter.
Ó largos campos
já cinzentos
Na noite, para além
de mim,
Vou amanhã meus
pensamentos
Enterrar onde estais
assim.
Vou ter aí sossego
e fim.
Poesia ! Nada! A hora
desce
Sem qualidade ou emoção.
Meu coração
o que é que esquece ?
Se é o que eu
sinto que foi vão,
Por que me dói
o coração ? |