OIÇO PASSAR o
vento na noite.
Sente-se no ar, alto,
o açoute
De não sei quem
em não sei quê.
Tudo se ouve, nada se
vê.
Ah, tudo é igualdade
e analogia.
O vento que passa, esta
noite fria.
São outra coisa
que a noite e o vento -
Sonhos de Ser e de Pensamento.
Tudo no narra o que nos
não diz.
Não sei que drama
a pensar desfiz
Que a noite e o vento
passados são.
Ouvi. Pensando-o, ouvi-o
em vão.
Tudo é uníssono
e semelhante.
O vento cessa e, noite
adiante,
Começa o dia e
ignorado existo.
Mas o que foi não
é nada isto. |