Fernando Pessoa

Vem do fundo do campo, da hora,
 
Vem do fundo do campo, da hora,
E do modo triste como ouço,
Uma voz que canta, e se demora.
Escuto alto, mas não posso

Distinguir o que diz; é música só,
Feita de coração, sem dizer:
Murmúrio de quem embala, com um vago dó
De o menino ter de crescer.

   
Remetente : Youssef Cherem 
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