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Nelly Novaes Coelho

 

Para Soares Feitosa
 

 

São Paulo, 11 de setembro de 1996
 

Caro poeta Soares Feitosa,

 

Aqui envio meus dois textos datilografados, inclusive o de Fernando Pessoa, por me parecer mais fácil de ser copiado pela digitação. Desculpe pelo trabalho, mas nos próximos, tratarei de mandar digitar por aqui e mandar-lhe já os diskets. Acho a sua cruzada na disseminação da poesia, um gesto inseminador, pois é dessa sementeira que estamos precisando, para que o homem se reencontre.
 

Envio junto uma autorização para a reprodução de meus textos, via Internet, e como verá, conto com a retribuição de um disket dos mesmos para o meu arquivo. Inclusive estou pensando em mandar digitar as dezenas de artigos ou ensaios que tenho escrito e publicado nestes últimos anos, para publicação em livro, ou então para a Internet, pelo teu Jornal de Poesia. Preciso fazer germinar todas estas sementes que tenho plantado no papel.

 

Inclusive estou tentando escrever uma resenha do teu espantoso Réquiem em Sol da Tarde... Minha agenda está sobrecarregada neste segundo semestre, mas se os Anjos disserem "Amém!", quem sabe o consigo. É que a tua leitura não pode ser feita ao correr dos olhos. Aliás, nenhuma grande poesia pode ser absorvida assim...

 

 


 

 

Para Soares Feitosa II
 

 

São Paulo, 11 de setembro de 1996
 

Hóme, tu tá demais da conta!!! Entre a volumosíssima correspondência de sempre, o teu opúsculo. Emerjo à superfície do oceano de escrita em que estou mergulhada e leio Rio Macacos... e releio Os Poemas da Besta... Estás realmente de tirar o fôlego a Hércules! Que bom! Que enorme alegria descobrir neste mundo tresloucado de punks, danceterias, epidemias de "bundites" ou nudezas descaradas (ou totalmente alienadas?), de vulgaridades e grosserias, encontrar alguém que viva com tal intensidade a vida que outrora foi vivida por outros em dimensões geniais. Viva o POETA! Se você não existisse, precisava ser inventado. Os poetas devem estar fazendo festa na Eternidade por serem assim "curtidos"!!!

 

 

 

Frederic Leighton (British, 1830-1896), Antigona

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Natércia Campos