Pedro Saturnino 
Cabo Verde  -  MG / 1883 - ? 

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PEDRO  SATURNINO

   Filho de Saturnino Vieira e Silva e Cândida Carolina de Magalhães Vieira, PEDRO  SATURNINO  VIEIRA MAGALHÃES nasceu a 29.06.1883 na fazenda da Assunção, município de Cabo Verde, Estado de Minas Gerais. 

TRAÇOS BIOGRÁFICOS  (Transcrição da obra  “Pedro Saturnino – O Poeta e a Obra”, de Itabajara Catta Preta  -  Cadernos Literários (nº 50) - Edições Caravela, do Instituto Cultural Português de Porto Alegre - RS, 1986) Os intelectuais de Minas, S. Paulo e Paraná estão convocados para levantar merecido preito de homenagem à memória do ria Poeta PEDRO SATURNINO VIEIRA MAGALHÃES, cujo centenário será comemorado em  Cabo Verde (MG), sua terra natal, no próximo dia 29 de junho do corrente ano. Embora –  por  causa exclusiva da  grande modéstia de sua vida – careça  o nome de PEDRO SATURNINO da  fama e glória a que faz  jus, não podem  aqueles que  conhecem sua  obra  poética –“Grupiaras” ”Boitatás”, “Nódoas” e “Mãe de Ouro” – deixar transcorrer sem registro a efeméride  gloriosa para todas as localidades em  que ele viveu e que engrandeceu com os tesouros de sua alma cintilante e os frutos da poética sumarosa e vivificante.

 Nascido em fazenda do interior mineiro e radicado em S. Paulo, formou-se em Letras e em Ciências Farmacêuticas, abraçando a carreira de Professor, que exerceu em várias cidades de Minas Gerais e de São Paulo.

 A insuficiência da remuneração percebida – mesmo multiplicada pelas cadeiras de Física, Quimica, História  Natural, Português e Inglês e acrescentada pelo acolhimento de alunos particulares – procurava compensar no exercício do  comércio farmacêutico (que exercia como um sacerdócio), na “Pharmacia Magalhães”, de cujo funcionamento em  São Sebastião do Grama –SP, subsiste valioso documento em carta manuscrita, do Poeta a sua sobrinha  D. Saturnina Reis Martins,  datada de 24.03.1923, cujo papel apresenta o timbre do estabelecimento.

 Orador eloquente e de palavra fluente e iluminada, foi, contudo, na poesia que realizou seu grande destino de artista, filósofo, mestre, crente e chefe-de-família fiel,dedicado e amoroso – sempre um bom e um justo.

 Sua poesia que exalta – em “Grupiaras” e  “Boitatás” – principalment e a natureza –  que seus versos decantam culmi- nando em poemas cíclicos “A Árvore” e “O Boi” – atinge os  mais altos  níveis introspectivos  e líricos em “Nódoas”, no s sonetos “O Pé de Açucenas”  e nos dedicados a cada um dos dez  filhos, alcançando haustos de sublimidade e arroubo no poema “Na Estrada de Santiago”, consagrado à filha morta, Nívea.

 “Mãe de Ouro”, seu último livro publicado – prêmio de 1949 em concurso do Centro de Letras do Paraná -  veio a lume em 1951, época em que o Poeta já sofria do doloroso mal que o viria  abater, entre  intensos sofrimentos, atingido  física e espiri tualmente, levando-o afinal dentre os vivos, a 18 de março de 1953, antes de completar 70 anos de idade.

 Faleceu Pedro Saturnino na cidade de Curitiba-PR, tendo pertencido ao Centro de Letras do Paraná e à Academia de Letras José de Alencar.

Remetido por Itabajara Catta Preta