Regina Souza Vieira

Brinquedo Impossível
  
 
Brincando na idade adulta 
acabei fazendo um verso, 
um avesso quase perverso 
de não mais ser criança 
e ainda querer brincar. 

Sorte contrária à minha 
Não mais ser criança e ainda
querer fazer tanta arte 
nesta brincadeira à parte 
de ser poeta, um dia. 

Ah, mania ou loucura 
brincando no dia 
à hora de trabalhar. 
Quando serei adulta 
e encontrarei rimas 
esquecidas de se cruzar? 

Nunca, nunca, nunca 
Todas as vezes que cresci 
confesso que me arrependi 
Bom é ser mesmo criança 
Ser poeta, na esperança 
desse um dia: Nunca cresci!

                                                                     

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 Página atualizada  por  Alisson de Castro,  Jornal de Poesia,  15  de  Junho  de  1998