Silvério da Costa
Paradoxo
Severino era
viúvo. Vivia no sertão, entregue ao destino. A única companhia era o
cachorro Bóbi. A seca já levara tudo que tinha e o seu corpo
esquálido mal se agüentava em pé. O cachorro, então, era só pele e
osso, mas foi a sua salvação.
Matou-o, assou-o
no fogo feito, rudimentarmente, no chão e devorou-o com o maior dos
apetites! Severino teve, porém, a preocupação de pôr de lado todos
os ossinhos. Afinal...o seu Bóbi também merecia saciar a fome!
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