Fernando Pessoa
Oiço, como se o cheiro 
 
Oiço, como se o cheiro
De flores me acordasse...
É música - um canteiro
De influência e disfarce.

ImpaIpável lembrança,
Sorriso de ninguém,
Com aquela esperança
Que nem esperança tem...

Que importa, se sentir
É não se conhecer?
Oiço, e sinto sorrir
O que em mim nada quer.
 

     

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