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Geraldo Oliveira Lima
Psi, a
Penúltima.
Só agora, distante dos afazeres da
paróquia, posso-lhe escrever. Reato, neste instante, nosso
comunicação, antes interrompida — quase quarenta anos — pela
distância que nos separou após o Seminário.
Quanto às cópias de seus poemas - eu não
os chamo poesias - devo dizer-lhe: Tratam-se não de poesias comuns,
mas de uma poema épico. E sublinho: épico!
Há uma outra particularidade em seus
poemas: você tem medo de escrever em estilo erudito. Alguns escrevem
travestidos de “populares”, mas o fazem demagogicamente. Você, não.
Você transpõe a difícil barreira da demagogia e escreve com
fidalguia e asseio gramatical, sem apelar nem para o chulo nem para
o vulgar.
Suas alusões ao grego e ao latim, em vez
de parecerem pedantes, são coerentes e necessárias no contexto, e,
sobretudo, uma autenticidade de sua parte.
Seus poemas têm duas conchas: uma
universal, outra local. A amplidão cósmica, sem retirar os pés da
terrinha, cantando a gesta da gleba cearense numa linguagem cifrada
pela pujança, a força e a sedução de um barroco redivivo.
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