Francisco Miguel de Moura
Cecília Meireles - A poetisa do
século
Bem que a vida estava quieta
mas passava o pensamento
Cecília Meireles
I PARTE
Disse Rejane
Machado, ao iniciar um artigo sobre o poeta Valdemar Lopes, na
revista “Poesia para todos”, que “há uma séria defasagem entre a
prática e a teoria literária”. E complementa a ensaísta carioca:
“Enquanto a crítica procura organizar leis e regulamentos, o
poeta , o criador, este ser rebelde por excelência, parece fazer
questão absoluta de desconhecer normas, quaisquer sejam elas”(1),
no que nós também concordamos.
Estas palavras
calham muito mais ainda se se pretende dissertar sobre a poesia de
Cecília Meireles, pela beleza que ela contém, pelo mistério que ela
contém. Veremos isto no desenrolar desse desintelectulizado estudo,
cuja pretensão é apenas a de veicular algumas informações
necessárias e urgentes sobre a poetisa Cecília Meireles, essa mulher
singular, quer nas suas atividades práticas, quer na sua arte dentro
da nossa história.
O século XX
brasileiro não foi tão fértil em poetisas que ganharam renome
nacional: Cecília Meireles (1901), Henriqueta Lisboa (1903),
Adalgisa Néri (1905), Adélia Prado (1936). Das mencionadas, apenas a
última está viva, e diríamos mesmo que sua obra não terminou,
faltam-nos ainda elementos suficientes para que a julguemos em
definitivo. Adalgisa Néri, também prosadora, romancista, tendo
adquirido nome com o romance “A Imaginária” (1959), tornou-se mais
conhecida talvez por ter sido casada com Lourival Fontes, então
chefe do famigerado DIP, na ditadura de Getúlio Vargas. Henriqueta
Lisboa, como Cecília, também faria jus ao título de grande voz da
poesia brasileira do século, portadora que era de fina sensibilidade
e de um estilo distinto, escrevendo com muita consciência. Está bem
perto de Cecília Meireles, por seu peso e por suas diferenças
também.
Outras que não
deverão ser esquecidas aqui, as quais, entretanto, nasceram no
século passado: Auta de Sousa (1876-1901), Francisca Júlia
(1874-1920), Cora Coralina (1889-1985) e Gilka Machado (1893-1980).
A respeito de Gilka Machado, que não mais freqüenta as antologias –
lugar em que se pode aferir a popularidade e a permanência –
lembremos que ela ganhou o prêmio de poesia “Machado de Assis”,
1979, como Cecília já o havia recebido em 1938. Mas há outro
registro interessante: Em 1933, num concurso de poesia da revista “O
Malho”, Gilka foi proclamada a maior poetisa do Brasil. Era sua fase
de grande popularidade. Ninguém sabe como e porque acontecem esses
sobe-e-desce da fama.
Como temos o
propósito de escolher um nome, neste começo de milênio, dentre
nossas melhores poetas, e ao ensejo das comemorações do centenário
de nascimento de Cecília Meireles, fixemo-nos no seu próprio nome,
cuja obra e figura atravessaram o século, sem interrupção, sempre
num crescendo de admiração da crítica, dos leitores e dos
historiadores, e lembrada nas antologias de prosa e de verso, em
todo o Brasil.
Nascida na
cidade do Rio de Janeiro, em 7 de novembro de 1901, Cecília faleceu
na mesma cidade aos 9 de novembro de 1964, encerrando então a
contínua luta pelo poema perfeito – tal como a grandiosa lírica
mineira Henriqueta Lisboa, que veio a falecer somente em 1985.
Cecília Meireles
era professora, formada pela Escola Normal (1917) e, paralelamente,
exercia atividades jornalísticas por conta das crônicas repassadas
de lirismo que publicava, todas enquadráveis dentro de um simbolismo
que atingia os mais puros movimentos do coração. Nesse gênero
escreveu páginas comoventes. São crônicas poéticas, líricas,
simbólicas, ternas, para a infância e para a adolescência, salvo uma
ou outra destinada apenas ao jornal, para o consumo do leitor comum.
Um exemplo do
seu modo de fazer crônica é a seleção “Janela Mágica”, livro
preparado pela Editora Moderna, São Paulo, 1983, de onde retiramos
“Da Solidão”, para que a conheçamos melhor, pois fala dos
seus sentimentos, dos sentimentos da poetisa, como se fosse um
escrito muito pessoal. Sim, e também para que a degustemos a sua
doçura:
Há muitas pessoas que sofrem do mal da
solidão. Basta que em redor delas se arme o silêncio, que não se
manifeste aos seus olhos nenhuma presença humana, para que delas se
apodere imensa angústia: como se o peso do céu desabasse sobre sua
cabeça, como se dos horizontes se levantasse o anúncio do fim do
mundo.
No entanto, haverá na terra verdadeira
solidão? Não estamos todos cercados por inúmeros objetos, por
infinitas formas da Natureza e o nosso mundo particular não está
cheio de lembranças, de sonhos, de raciocínios, de idéias, que
impedem uma total solidão?
Tudo é vivo e tudo fala, em redor de nós,
embora com vida e voz que não são humanas, mas que podemos aprender
a escutar, por muitas vezes essa linguagem secreta ajuda a
esclarecer o nosso próprio mistério. Como aquele sultão Mamude, que
entendia a fala dos pássaros, podemos aplicar toda a nossa
sensibilidade a esse aparente vazio de solidão: e pouco a pouco nos
sentiremos enriquecidos.
Pintores e fotógrafos andam em volta dos
objetos à procura de ângulos, jogos de luz, eloqüência de formas,
para revelarem aquilo que lhe parece não só o mais estático dos seus
aspectos, mas também o mais comunicável, o mais rico de sugestões, o
mais capaz de transmitir aquilo que excede os limites físicos desses
objetos, constituindo, de certo modo, seus espírito e sua alma.
Façamo-nos também desse modo videntes:
olhemos devagar para a cor das paredes, o desenho das cadeiras, a
transparência das vidraças, os dóceis panos tecidos sem maiores
pretensões. Não procuremos neles a beleza que arrebata logo o olhar,
o equilíbrio das linhas, a graça das proporções: muitas vezes seu
aspecto – como o das criaturas humanas – é inábil e desajeitado. Mas
não é isso que procuramos, apenas: é o seu sentido íntimo que
tentamos discernir. Amemos nessas humildes coisas a carga de
experiências que representam, e a repercussão, nelas sensível, de
tanto trabalho humano, por infindáveis séculos.
Amemos o que sentimos de nós mesmos, nessas
variadas coisas, já que, por egoístas que somos, não sabemos amar
senão aquilo em que nos encontramos. Amemos o antigo encantamento
dos nossos olhos infantis, quando começavam a descobrir o mundo: as
nervuras das madeiras, com seus caminhos de bosques e ondas e
horizontes; o desenho dos azulejos; o esmalte das louças; os
tranqüilos, metódicos telhados... Amemos o rumor da água que corre,
os sons das máquinas, a inquieta voz dos animais, que desejaríamos
traduzir.
Tudo palpita em redor de nós, e é como um
dever de amor aplicarmos o ouvido, a vista, o coração a essa
infinidade de formas naturais ou artificiais que encerram seu
segredo, suas memórias, suas silenciosas experiências. A rosa que se
despede de si mesma, o espelho onde pousa o nosso rosto, a fronha
por onde se desenham os sonhos de quem dorme, tudo, tudo é um mundo
com passado, presente, futuro, pelo qual transitamos atentos ou
distraídos. Mundo delicado, que não se impõe com violência: que
aceita a nossa frivolidade ou o nosso respeito; que espera que o
descubramos, sem se anunciar nem pretender prevalecer; que pode
ficar para sempre ignorado, sem que por isto deixe de existir; que
não faz da sua presença um anúncio exigente. “Estou aqui, estou
aqui!” Mas, concentrado em sua essência, só se revela quando os
nossos sentidos estão aptos para o descobrirem. E que em silêncio
nos oferece sua múltipla companhia, generosa e invisível.
Oh! se vos queixais de solidão humana,
prestai atenção, em redor de vós, a essa prestigiosa presença, a
essa copiosa linguagem que de tudo transborda, e que conversará
convosco interminavelmente.(2).
O que acabamos
de ouvir não é só uma crônica e um exemplo de estilo, mas uma
profunda lição de vida e amor. Pois Cecília Meireles, conforme está
na memória dos que a conheceram pessoalmente, era linda por fora e
mais bela por dentro, um amor de pessoa, um amor de artista. Dizer
isto é importante e importante repetir, pois, que as novas gerações,
infelizmente submetidas à ditadura da mídia, quase não ouviram falar
do seu nome.
II PARTE
Em virtude de
suas atividades educacionais, pois efetivamente exerceu o
magistério, Cecília viajou por vários países do mundo. Esteve em
Portugal e noutros lugares da Europa, na Índia, no México e nos
Estados Unidos, onde lecionou literatura brasileira para os
americanos, na Universidade do Texas. Um dos seus estudiosos disse
que ela “experimentou uma irresistível vocação para o magistério
tendo feito o curso da Escola Normal, ao mesmo tempo em que estudava
línguas e música.”(3).
Mas foi na
poesia onde deixou glória imorredoura, eternizando seu nome com uma
obra que, segundo Menotti del Picchia “é moderna sem precisar
devorar a carne lírica de Valéry, de Claudel, o constante repasto
poético de outros artistas nossos, que cheiram, às léguas, o
requinte gaulês”.
Mais adiante, a
análise se espraia e toma ares de julgamento definitivo, como parece
que ninguém o fez tão bem, sobre Cecília Meireles:
“Fica a sua
arte em território lusitano. Camões está presente com sua enxuta e
substanciosa forma dentro dos versos de Cecília quando ela desce do
seu mundo lunar e pisa com os pés humanos a terra. Mas toda essa
objetividade poética dilui-se, retrai-se pela reação constante do
rico mundo interior da sensibilíssima artista. E esses fragmentos
objetivos, vamos dizer, materiais, cercam-se de diluídas
perspectivas de distâncias, aumentando o vigor do seu recorte mas
fundindo o seu desenho na mágica penumbra desse horizonte espectral,
jamais nos ofertando assim um poema visceralmente realista, valendo
pelo seu sentido claro, pelo desenho nítido de sua forma, enfim,
pela sua objetividade.”
(4).
O que o poeta e
crítico diz com isto? Afirma a personalidade literária
impressionante de Cecília Meireles, sua independência, sua força e
criatividade. Naquela ocasião (1º de agosto de 1942), falava
especificamente de “O Romanceiro da Inconfidência”, mas
aproveitou, como poeta e poeta que também tentou com sucesso o poema
longo (quem não leu “Juca Mulato”?), para tecer uma crítica
geral sobre o fazer poético de Cecília Meireles.
III
Em 1919, com
seus 18 anos Cecília publicou o primeiro livro de versos,
“Espectros”, que depois praticamente o repudiaria, em virtude de
seu parnasianismo tardio e, talvez, de mais outras ingenuidades, o
que é comum naquela fase da vida. Mas, a partir da Semana de Arte
Moderna, precisamente com o movimento espiritualista da revista
“Festa”, de 1927, que reunia Tasso da Silveira, Jackson de
Figueiredo, Andrade Murici e Murilo Araújo, então sua temática e sua
forma foram mudando, mudando muito, num giro de muitos graus, até
ser incluída na melhor vanguarda, a qual se traduzia, segundo Tasso
da Silveira em quatro palavras: velocidade, totalidade, brasilidade
e universalidade.
Cecília
Meireles, entretanto, conservou-se sempre uma introspectiva e passou
para sua obra principalmente duas coisas: “silêncio e solidão”,
mesmo no “Romanceiro da Inconfidência” (1953). Jamais
chegaria a escrever um poema totalmente realista, objetivo. É que
permaneceu fiel, por toda a vida, a uma tendência inata de buscar as
distâncias e profundidades da viagem à alma e a vários elementos
herdados do Simbolismo, mas com a clareza meridiana da modernidade.
Lirismo, música interior e uma sublimada tristeza que vinha da
infância de menina só, que ficara órfã de mãe aos três anos e de pai
antes – essas são as reais e evidentes características de sua
poesia, nos melhores momentos, que são muitos. Tudo isto é
comprovado na leitura de seus livros, especialmente “Viagem”
(1939), “Vaga Música” (1942) e “Mar Absoluto” (1945),
sua fase de ouro, embora devamos dizer que toda a sua poesia brilha.
“Eu canto porque o momento existe / e a
minha alma está completa./ Não sou alegre nem sou triste:/ Sou
poeta.”// Irmão das coisas fugidias,/ não sinto gozo nem tormento. /
Atravesso noites e dias / no vento.// Se desmorono ou se edifico,/
se permaneço ou me desfaço,/ – não sei, não sei. Não sei se fico /
ou passo.// Sei que canto. E a canção é tudo./ Tem sangue eterno a
asa ritmada./ E um dia sei que estarei mudo:/ – mais nada.”(5).
O movimento
espiritualista de “Festa”, com a intuição que têm os poetas,
parece que predizia o tempo que estamos vivendo hoje:
“Nós temos uma visão clara desta hora
Sabemos que é de tumulto e de incerteza.
E de confusão de valores.
E de vitória do arrivismo.
E de graves ameaças para o homem.
Mas sabemos, também, que não é esta a
primeira hora de
agonia e inquietação que a humanidade
vive.”
(6).
Era o seu
manifesto. Era a participação à maneira do grupo. Cecília Meireles
certamente tinha algumas das preocupações daquele movimento. Mas ela
não chegou a assinar o manifesto. Não era alinhada. Não podia ser
alinhada a filosofias e regras. Sua regra era sua alma. Tinha a
certeza de que o melhor caminho era aliar as conquistas do verso
moderno, sem dúvida uma contribuição do Modernismo, à grandeza do
clássico, da tradição da imagem, de que fala o nosso crítico e
romancista Assis Brasil – aquela imagem que será multiplicada em
outras figuras como metáforas, metonímias e sinestesias e se
transformam em símbolos e alegorias. Esse é o simbolismo de Cecília
Meireles, não aquele de escola demarcativa de época.
Muitos poetas
gostariam de escrever um poema longo. Que fosse bom, participante no
largo sentido. Poema que ficasse. Mário Faustino confessava isto.
Pois Cecília Meireles conseguiu um dos melhores poemas épicos de
nossa literatura, o já mencionado “Romanceiro da Inconfidência”.
Trabalhou nele quatro anos, só nele, na pesquisa história, na
pesquisa estética, captando a atmosfera psicológica, misturando o
tempo histórico com o presente, vozes e murmúrios, paisagens líricas
interiores e exteriores, etc. Ela mesma confessa que o poema “se
foi compondo e não foi sendo composto, pois, na verdade, uma das
coisas que pude observar melhor de que nunca ao realizá-lo, foi a
maneira por que um tema encontra sozinho ou sozinho impõe o seu
ritmo, sua sonoridade, seu desenvolvimento, sua medida. O
Romanceiro foi construído tão sem normas preestabelecidas, tão à
mercê de sua expressão natural que cada parte procurou a forma
condizente com a sua mensagem. Há metros curtos e longos; poemas
rimados e sem rima; ou com rima assonante – o que permite maior
fluidez à narrativa. Há poemas em que a rima aflora em intervalos
regulares, outros em que ela aparece, desaparece, reaparece apenas
quando sua presença é ardentemente necessária.”
(7).
Dois exemplinhos
apenas:
“Não posso mover meus passos / por este
atroz labirinto / de esquecimento e cegueira / em que amores e ódios
vão:– pois sinto bater os sinos,/ percebo o roçar das rezas,/ vejo o
arrepio da morte,/ à voz da condenação; / avisto a negra masmorra /
e a sombra do carcereiro / que transito sobre angústias, / com
chaves no coração; / – descubro as altas madeiras / do excessivo
cadafalso / e, por muros e janelas, / o pasmo da multidão.(8).
(FALA INICIAL)
Que mensagem chega, humilde e obscuro? /
Que cartas se abrem? Quem reza ou pragueja? / Quem foge? Entre que
sombras me aventuro?// Que soube cada santo, em cada igreja?/ A
memória é também pálida e morta / sobre a qual nosso amor saudoso
adeja.// O passado não abre a sua porta / e não pode entender a
nossa pena. /Mas, nos campos sem fim que o sonho corta,// vejo uma
forma no ar subir serena:/ vaga forma do tempo desprendida./ É a mão
do Alferes, que de longe acena.// Eloqüência da simples despedida:/
‘Adeus! Que trabalhar vou para todos!...’// (Esse adeus estremece a
minha vida..)
(9).
(CENÁRIO).
IV
Como fazer para
encerrar esta análise, este comentário, sobre tão grandiosa poesia,
obra que deveria estar ao alcance de todas as escolas, de todos os
jovens e de nós adultos também, para a elevação do espírito?
É necessário
lembrar aqui o que disse o poeta e crítico literário Hildeberto
Barbosa Filho, prefaciador do recente livro de Ascendino Leite,
saído já este ano: “Sua paixão por Sthendal não tem limites. Sua
admiração por Gide é arrebatadora. Seu amor por Cecília Meireles
converte e comove”
(10).
Uma passagem
confrangedora,, agora na própria voz de Ascendino Leite, em
“Vulgata, faz-nos refletir sobre a nossa pequenez, sobre a
condição feminina, sobre a vida e a morte, especialmente tratando-se
de Cecília Meireles que era uma mulher tão bonita e tão poeta:
“Mulheres, como são maltratadas! Além dos maridos, as doenças...
Cecília Meireles: um câncer no reto.”(11).
Valemos pelas
boas obras que construímos em nosso favor e em benefício do mundo. E
se tal pensamento é correto para as atividades práticas, imagine-se
para a arte! Somente um poema como o Romanceiro da Inconfidência
consagraria um autor. Não sei porque não falam dele. Quando
descobrirem, vai ser um estouro
(12).
Não sei como me
desdobrar nesta análise. É-me de todo impossível agora, em espaço e
tempo tão limitados. Sobretudo, falta-me engenho. Dos demais livros
nem preciso falar. É com eles que os antologistas, os historiadores
têm-se divertido, consignando nossa poetisa Cecília Meireles nos
seus compêndios. Mas sequer colocam uma linha do Romanceiro.
Eu o fiz. E a ele remeto os ouvintes, apreciadores ou não de
Cecília, porque é realmente uma obra imperdível. A edição que cito é
da Civilização Brasileira, Rio, 1972, e tem 234 páginas. Mas, se
somos bons leitores de poesia, se somos patriotas, se temos bons
ouvidos e bom coração, sua leitura não cansa.
Quero terminar
com uma paráfrase ao crítico brasileiro Alcântara Silveira, no
início de seu estudo sobre o escritor Jean Giraudoux, em cujo
parágrafo eu apenas substituo os termos romance e peças teatrais por
poesias e crônicas, assim como o nome do romancista pelo de Cecília
Meireles: “Ler as poesias e crônicas de Cecília Meireles é
penetrar num mundo de encantamento, de mistério e magia, algo
totalmente diverso de tudo quanto nos têm oferecido os poetas e
cronistas contemporâneos. Não são apenas seus temas poéticos que
seduzem, mas também a maneira estranha de expressa-los, na qual se
misturam as virtudes dos clássicos e os arrojos dos novos.”
(13).
Sem demérito
para as demais poetisas citadas e não citadas, Cecília Meireles
representa a voz feminina do século XX, na poesia. É a poetisa
brasileira do século e uma das vozes mais possantes na poesia
feminina, no mundo.
Palestra pronunciada pelo Conselheiro do CEC e Acadêmico da Academia
Piauiense de Letras, Escritor Francisco Miguel de Moura, no dia 10
de novembro de 2001, no Auditório Acadêmico Wilson de Andrade
Brandão.
Bibliografia:
1 - Machado, Rejane – Poesia para todos, nº 3, maio/novembro,
Rio de Janeiro, in “Valdemar Lopes, um poeta maior”.
2 - Meireles, Cecília – “Janela Mágica”, seleção de crônicas
publicadas pela Editora Moderna, São Paulo, 1983.
3 - Torres, Alexandre Pinheiro – “Antologia da Poesia Brasileira”,
Vol. III, Lello & Irmão Editores, Porto – Portugal.
4 - Picchia, Menotti del – in “A Manhã”, Rio de Janeiro, 1º
de agosto de 1942.
5 - Torres, Alexandre Pinheiro – “Antologia da Poesia Brasileira”,
Vol. III, Lello & Irmão Editores, Porto – Portugal.
6 - Idem, idem.
7 - Meireles, Cecília – “Romanceiro da Inconfidência”,
Civilização Brasileira, Rio, 1972
8 - Idem, idem.
9 - Idem, idem.
10- Leite, Ascendino – Vulgata, EdA Edite Idéia, João Pessoa,
2001.
11- Barbosa Filho, Hildeberto – Vulgata, EdA Edite Idéia, João
Pessoa – PB, 2001.
12- Gonçalves – Magaly Trindade - e outras; - Antologia Escolar
Brasileira, Ed. Musa, São Paulo, 1998.
13- Silveira, Alcântara – Gente da França, II série, Edições GRD,
São Paulo, 1991.
Obras de Cecília Meireles:
Espectros (17 sonetos) – Rio de Janeiro, 1919
Nunca mais e Poema dos Poemas, ed. Freitas Bastos, Rio, 1923
Balada para El-Rei, ed. Lux, Rio, 1925
Viagem, ed. Revista “Ocidente”, Lisboa, 1923
Vaga Música, ed. Pongetti, Rio, 1942
Mar Absoluto, ed. Globo, Porto Alegre, 1945
Retrato Natural, Livros de Portugal, Rio, 1949
Amor em Leonoreta, ed. Hipocampo, Rio, 1952
12 Noturnos de Holanda e O Aeronauta, Livros de Portugal, Rio, 1952
Romanceiro da Inconfidência, idem, idem, 1953
Pequeno Oratório de Santa Clara, ed. Philobiblion, Rio, 1955
Canções, Livros de Portugal, Rio, 1956
Romance de Santa Cecília, ed. Philobiblion, Rio, 1957
Obra Poética, ed. Aguilar, Rio, 1958
Metal Rosicler, ed. Livros de Portugal, Rio, 1960
Poemas Escritos na Índia, ed. Livraria de São José, Rio, 1961
Solombra, ed. Livros de Portugal, Rio, 1963
Crônica Trovoada da Cidade de São Sebastião, José Olympio, Rio,
1965.
Leia Cecília Meireles
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