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SER TIGRE
 
 [...]
  
 
4
 O tigre ignora a liberdade
do salto,
 é como se uma
mola o compelisse a pulaR
 Entre o cio e a cópula, 
 o tigre não ama.
 Ele busca a fêmea
 como quem procura comida.
  
 Sem tempo na alma,
 é no presente
que o tigre existe.
 Nenhuma voz lhe fala da
morte.
 O tigre, já velho,
dorme e passa.
  
  
  
 5
 Ele é esquivo,
 não há
mãos que o tome
 Não soa,
 porque não respira.
 É menos que embrião, 
 abaixo de ovo, 
 infra-sémen.
 Não tem forma,
 é quase nada,
parece morto.
 Porém existe,
 por isso espera..
 Epopéia, canção
de amor, 
 epigrama, ode moderna, 
 epitáfio.
 Ele será
 quando for tempo disso. 
 
 
 
 
 
 Página inicial da antologia Vozes Poéticas
da Lusofonia 
 
Página inicial do Jornal de Poesia 
 
Outros poemas de Arménio Vieira
 
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