Carlos Roberto Lacerda
Lacerda e a beleza profunda da
poesia
(in Jornal da Manhã, Uberaba, 6 de
outubro 1991)
Jorge Alberto Nabut
Lançado sem alarde publicitário e
social, o livro de poesia O Azul Menos o Nome, de Carlos Roberto
Lacerda, é, muito além de surpresa, uma decisiva contribuição de
Uberaba para a poesia universal. Não é surpresa, porque já se
conhece, através de seus outros livros e de outros poemas seus
publicados em órgãos como a revista Dimensão, a depuração e o
raciocínio poético que conduz o comportamento literário deste
advogado e homem de cultura. Mas, sua decisiva contribuição, não
apenas para a poesia nacional, mas universal, é que nos força
alardear o quanto podemos. O recato de Lacerda nos obriga a
comportamento contrário ao dele. Nós é que devemos botar a boca no
mundo, proclamar a beleza de seus versos acurados. Seu livro O Azul
Menos o Nome é uma celebração da qualidade da poesia.
Antes de tudo, a poesia de Carlos Roberto Lacerda não é uma poesia
fácil, de rápida assimilação. Se o sujeito não tiver o hábito do
consumo da evolução da poesia, ele ficará sem bússola no meio dos
versos. A mais depurada de todas as artes. Daí a preciosidade do
lançamento de seu novo livro.
Para ser universal como merece, o livro de Lacerda carece de dois
elementos: ser escrito também em inglês – português, lá fora, é um
blefe – e uma editora que o propague aos quatro cantos.
Mas enquanto isso não acontece, nós, que falamos a mesma língua,
desfrutamos de seu livro.
|