José Valgode
É você vítima do preconceito?
Procura-se noiva. Deve ter pele clara e ser esbelta,
universitária ou preferivelmente pós-graduada. Tem de ser de boa
família e que tenha bens. Prefere-se alguém da mesma casta.
Assim rezam muitos típicos anúncios matrimoniais na Índia. Na Índia,
tal anúncio costuma ser feito pelos pais do prospectivo noivo. A
resposta talvez inclua uma foto da moça, vestida de um sari bem
vermelho e usando muitas jóias de ouro. Se a família do rapaz
aprovar, poderão começar os entendimentos com vistas ao casamento.
Neste anúncio entra o preconceito, não se procuram grandes padrões,
senão riqueza, beleza e a cor da pele clara, isto se deve à crença
arraigada de que as castas classificadas como inferiores na
sociedade hindu são de pele escura. Em pequenas, ou grandes coisas
se pode notar se existe algum preconceito.
Mas afinal o que é preconceito? Um certo dicionário define essa
palavra como: “conceito formado antecipadamente e sem fundamento
sério ou razoável”. O que a violência étnica, o racismo, a
discriminação, a segregação e o genocídio tem em comum? Todas essas
coisas são conseqüências de uma tendência humana generalizada: O
preconceito! Que outro dicionário define preconceito como “conceito
ou opinião formados antecipadamente, sem maior ponderação ou
conhecimento dos fatos”. Todos nós estamos propensos, até certo
ponto, a ser preconceituosos. Talvez você se lembre que já agiu
assim em certas ocasiões, ou tirou conclusões sem dispor de todos os
fatos.
Mas se você já agiu no passado assim, viu que agiu muito mal, porque
o preconceito magoa os outros. Nutrir idéias preconceituosas para
com outros, leva a divisões e barreiras com aqueles que nos rodeiam.
Talvez alguém induzido pela idéia do preconceito, pode chegar á
conclusão errada que certa pessoa é preguiçosa, gananciosa ou
orgulhosa só por tal pessoa pertencer a determinado grupo religioso,
étnico ou nacional. Por tal mau juízo muitas pessoas são maltratadas
de modo injusto e sofram abusos e violência. Lembre-se que milhões
já morreram em massacres, genocídios, matanças étnicas e outras
foram vitimas de preconceito extremista. Agora vamos ver na práctica
como isso pode ser. Por exemplo, infelizmente para muitas vítimas
que contrairam a sida, seus problemas são agravados pelo modo
desequilibrado de muitos, que pouco sabem dobre a sida. Em muitos
casos, os pais inculcam preconceitos na mente de seus próprios
filhos contra os aidéticos. Até mesmo depois de os médicos dizerem
que não existe perigo de contágio, muitas vezes nas escolas,
supervisores e directores de escolas tem-se recusado a matricular
alunos infectados com o vírus da sida. Outro problema é a situação
de milhões de estrangeiros, calcula-se que cerca de 100 milhões de
pessoas vivem num país que não é a sua terra natal, e também aí
nesses países de acolhimento acontecem muitas histórias tristes
originadas pelo preconceito.
Quando algo acontece de mal, muitos culpam logo os estrangeiros,
existem muitos relatórios de intolerância, ódio a estrangeiros. Como
notas idéias preconceituosas levam a que meio mundo, desconfie de
outro meio mundo. Infelizmente em todo o mundo, ódios raciais,
conflitos nacionais e hostilidades entre famílias continuam a
proliferar. Requer muitos esforços conscientes para controlar nossas
atitudes e livrar-nos de preconceitos, muitas das vezes bem
arraigados. Muitas das vezes talvez sem mesmo dar conta reagimos de
um modo resultante de nossa educação e ambiente em que fomos
educados! Certo jurista e editor escocês Lorde Francis Jeffrey até
mesmo admitiu: “Não há nada que o homem demore mais para perceber do
que a extensão e a força dos seus preconceitos. Reprimir sentimentos
de preconceito no íntimo requer muito trabalho, porque nossa
formação exerce em nós uma forte influencia. Em todo o mundo muitos
governos desejam combater o preconceito e garantem por lei o direito
inviolável á liberdade, á segurança e igualdade. Isso está no papel,
na constituição de seu país. No entanto, o preconceito e a
discriminação são uma coisa generalizada em escala mundial. O
preconceito tem suas raízes na ignorância em relação a certo grupo
étnico ou nacional. Isso devido a rumores, animosidades antigas, ou
experiências negativas de outras pessoas, é lamentável, mas uma vez
que o preconceito se tenha enraizado, ele pode impedir a todos nós
de ver as pessoas e as coisas como elas são. Por outro lado muitos
políticos muitas vezes promoveram e exploraram o preconceito de seus
súditos para fins políticos ou nacionalistas. Hitler é um exemplo
clássico disso.
Georg, ex-membro de Juventude Hitlerista, diz: “A propaganda nazista
nos ensinou primeiro a odiar os judeus, daí os russos, e então todos
os inimigos do Reich”. Assim como se deu na Alemanha nazista e em
outros lugares, o preconceito racial ou étnico já foi justificado
com base no nacionalismo, que é outra fonte de ódio. Muitos países
inventem histórias sobre feitos alegados de outros povos para levar
a cabo seus meios de ódio e preconceito. A juntar a tudo isto existe
o preconceito religioso, em várias partes do mundo as pessoas são
odiadas devido á religião que professam. A pessoa que é
preconceituosa nunca tem amizades estáveis e leais com outros, sendo
alguém que desconfia de tudo e de todos sem fundamento, passa sua
vida infeliz e cheia de desconfiança. O preconceito nota-se como os
outros nos tratam e como nós lidamos com os outros, é um cancro
arraigado aos humanos, feliz aquela pessoa que luta para vencer esse
estado de infelicidade, e tenta ter uma mente aberta, falando com
todos, escutando a todos, respeitando as convicções dos outros, quer
sejam políticas ou religiosas, não é fácil, mas é possível livrar-se
do preconceito, por que se alguém não se livrar do preconceito
acontece que viverá e morrer em preconceito! Certamente você, como
eu nos sentimos mais achegados aqueles que não mostram preconceito,
que são meigos, carinhosos e escutam sem preconceito aquilo que
dizemos, então sim nos sentimos bem, porque outros respeitam nossas
crenças, opiniões e nossa dignidade!
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