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José Valgode

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Leighton, Lord Frederick ((British, 1830-1896), Girl, detail

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 


Poesia :


Ensaio, crítica, resenha & comentário: 


Alguma notícia do autor:

 

José Valgode

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Tiziano, Mulher ao espelho

 

John William Waterhouse , 1849-1917 -The Lady of Shalott

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

William Bouguereau (French, 1825-1905), Reflexion, detail

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Virgílio Maia

 

 

José Valgode



Estudos e Catálogos - Mãos, Vacas e Cavalos!

 

Um vaqueiro deve cheirar a cavalo.

Li seus Estudos, Catálogos e Mãos, e apercebi-me que nesse trabalho entra muita bicharada: vacas, patos, galinhas, perus, pavões, jumentos, burros e cavalos, há um misto real que está bem descrito por poetas experientes como vocês. Sóis poetas e prosadores que cheiram bem a cavalo. Perdão meus senhores, não é ofensa nenhuma, mas é sim um grande elogio. Vocês marcaram as rês de todos os lados, a prosa não cheira a esturro e a vossa marca da poesia está bem desinfectada e bem recriada. Como vos disse o poeta experiente deve cheirar a cavalo e não a água-de-colónia, ou a perfume francês, vós sóis os poetas do sertão e da cidade, vocês dançam o foclore  nordestino, matam o porco no sertão e na cidadeSoares Feitosa, 2003 ralham com a Net, porque entra lá muito lixo no correio. Gostei como catalogaram os cavalos, marcaram as rês e sortearam os potros, como donos e vaqueiros, vocês marcam a fogo e repartem as rês-poéticas, dando a todo o mundo o mesmo quinhão de talento que possuem. Vossos poemas não dão coices noutros poetas que talvez não apreciem a vossa fazenda de inspiração. Vosso ritual poético, ás vezes parece um pouco confuso e estravagante, mas ninguém vos dá lenha, porque se compreende bem uma charada e uma descrição rural, como quem diz, este patrício veio novinho de Portugal, também é poeta e cheira muito a cavalo, que por acaso tem muitas qualidades, e sabe amigo Soares Feitosa quem disse: ”Dás tu força ao cavalo, ou revestirás o seu pescoço de crinas? Acaso o fazes pular como o gafanhoto? Terrível é o fogoso respirar das suas ventas. Escarva no vale, folga na sua força, e sai ao encontro dos armados. Ri-se do temor, e não se espanta; e não torna atrás por causa da espada. Sobre ele chocalha a aljava, flameja a lança e o dardo. De fúria e ira devora o caminho, e não se contém ao som da trombeta. Em cada sonido da trometa, ele diz: Avante! Cheira de longe a batalha, o trovão dos príncipes e o alarido. Certa vez foi perguntado a Jó quem dotou o cavalo destas qualidades, mas Jó não soube responder, e ele certamente não criou o cavalo. Mas foi um Criador que criou o cavalo e criou o poeta. O cavalo na antiguidade era retratado como animal preparado para a guerra, um verdadeiro poeta è como um cavalo preparado para a guerra dos versos, a guerra das palavras, o poeta cavalariano não fica impaciente para entrar em batalha com outros poetas-cavalos que não apreciam o seu relinchar! Como poeta-cavalo na sua intrepidez, ele cavalga para dar a vitória á poesia-égua e nunca se torna um mutante cavalo-mulo, porque se tornaria então um poeta estéril. Mas ele como poeta-cavalo quer permanecer frutífero parindo poemas-potros, que futuramente se tornarão cavalos-possantes de puro sangue. Isto è o que são os poemas-memoráveis inesquecíveis!

 Continue, amigo SF, na sua cavalgada, e de vez em quando, mande por favor mais novos Estudos e Catálogos, escritos por suas próprias mãos, e nunca se esqueça, que as poetisas gostam dos poetas que cheiram a cavalo. E continue  a escrever em prosa, sem mostrar porém prosália! Um poeta tem que ficar de pé como poeta-cavalo que é! Não dou lenha, mas sim elogio! Agarre-se ás crinas da poesia. E marque muitas vacas de cornadas mansas e aparelhe e disfrute do cavalo á solta no mundo da poesia, segurando bem as rédeas da inspiração sem cansar o cavalo-poema e a vaca prosa! Se assim fizer, levará á cavalariça e á vacaria, toda essa bicharada, que é amiga do bicho e  homem  poeta!

 Seu amigo:  José Valgode - Alemanha

 

 

 

 

 

 

 

25.11.2005