São Paulo, SP, Brasil 1892 (*) - 1961 (+)
Paulo Menotti del Picchia nasceu em São Paulo, em 1892. Fez seus estudos secundários em Pouso Alegre, Minhas Gerais, onde aos 13 anos de idade, editou o jornalzinho "Mandu", nele inserindo suas primeiras produções literárias. Viveu em Itapira, cidade do interior paulista, e aí editou "Juca Mulato", sua obra de maior repercussão, que já teve dezenas de edições. É autor de romances, contos e crônicas, de novelas e ensaios, de peças de teatro, de estudos políticos e de obras da literatura infantil. Fundou jornais e revistas, foi fazendeiro, procurador geral do Estado de São Paulo, editor, diretor de banco e industrial. Fez pintura e escultura. Foi deputado estadual e federal. É tabelião e ocupou diversos e altos cargos administrativos. Pertence às Academias Paulistas e Brasileira de Letras. Menotti del Picchia teve destacada atuação no movimento modernista. Preparou, com Oswald de Andrade, o advento da nova tendência literária e artística, sustentando a polêmica com os passadistas, antes e depois da Semana de Arte Moderna. Em seguida, foi aguerrido defensor da doutrinação "Verde e Amarelo", opondo-se ao Oswald de Andrade de "Pau Brasil" e "Antropofagia". Defendeu também os ideais do "Grupo da Anta", que superavam os propósitos verdeamarelistas. Participou da Semana de Arte Moderna, sendo mesmo o seu orador oficial, apresentando, na festividade, os poetas e prosadores que exibiam, então, as produções da literatura nova. Suas crônicas no "Correio Paulistano", de 1920 até 1930, como que constituem um "diário do modernismo", registando, quase que quotidianamente, os entusiasmos, as raivas, as lutas e as desavenças da sua geração. A poesia da fase modernista de Menotti
del Picchia é colorida e engenhosa, padecendo do excesso das imagens.
Abusa dos elementos plásticos, dos efeitos pitorescos e verbais.
Mas, como todos os seus defeitos, que decorrem da atitude polêmica
assumida, fecundou de idéias o período histórico que
viveu, e que ajudou a desenvolver, sacrificando até a realização
de obra poética de maior ressonância que podia dar. Poetando
agora de raro em raro, controla os seus modismos e as invenções
audaciosas, do que resulta uma poesia comunicativa e emocionada. "Nenhum
dos seus livros modernistas" – escreve Manuel Bandeira – "superou o êxito
de "Juca Mulato", onde o poeta se apresenta em sua feição
mais genuína" [Remetida por Cícero Magalhães : <cicero@amazon.com.br>
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