Paulo de Toledo
Catatau: veredas
Mas tudo isso
(que é muito exato do ponto de vista documental; me especializei em
Brasil Holandês para escrever o Catatau) é apenas o contexto
para uma aventura textual, que parte de James Joyce e da
macarrônica, donde Joyce partiu, de Rosa, de Haroldo de
Campos, da poesia concreta e da oralidade humorística do “Mad” e do
“Pasquim”. [1] (sublinhado nosso)
Esse testemunho de
Leminski acerca da influência da prosa rosiana em sua melhor obra
(segundo a maioria de seus críticos) e a leitura de “Um Lance de
‘Dês’ do Grande Sertão” (no qual Augusto de Campos estabelece “nexos
de relação estética” entre Joyce e Rosa) abriram-nos a perspectiva
de um estudo comparativo entre a obra máxima rosiana — Grande
Sertão: Veredas — e a “aventura textual” leminskiana do
Catatau.
Iniciamos
apontando um dos aspectos claramente divergentes entre as duas
obras: o enredo. Enquanto no Grande Sertão acompanhamos as
peripécias do jagunço Riobaldo através do sertão, no Catatau
as peripécias ocorrem apenas no nível da linguagem. Segundo
Leminski:
O Catatau não tem enredo. Tem
apenas um contexto. [2]
No plano da linguagem e do pensamento,
acontece quase tudo. [3]
Leminski leva o
fenômeno da rarefação do enredo (tão característico da prosa de
vanguarda do nosso século [4]) a uma radicalidade extrema. No
Catatau, acontecem somente duas coisas: A) Cartésio espera
Artischevski (durante quase todo o texto); B) Artischevski chega
(apenas nas últimas linhas da obra). Em contraponto com a pobreza
fabular, a linguagem é extremamente informativa, sendo a intrincada
textura intertextual catatauesca o ingresso para um verdadeiro
labirinto sígnico, onde perder-se é o grande prazer (Omar Calabrese
chama isso de “prazer da obnubilação” [5]).
Afora essa diferença,
Catatau e Grande Sertão: Veredas apresentam vários pontos
de contato. Uns mais claros; outros, nem tanto.
Um dos pontos de
contato de mais simples observação é o caráter barroco da prosa
verificável em ambas as obras.
Em Metalinguagem e
Outras Metas, Haroldo de Campos, em seu texto “Uma Leminskíada
Barrocodélica”, designa o Catatau leminskiano de
barrocodélico, pois de um cometimento
neobarroco, de um ensaio de liquefação do método e de proliferação
das formas em enormidades de palavras, é que se trata. [6]
O barroco
leminskiano também foi observado por Néstor Perlongher, em seu
Caribe Transplatino:
No próprio Brasil, a evolução de Haroldo
de Campos em Galáxias se orienta no sentido de um crescente
barroquismo, onde caberia situar também o experimentalismo de Paulo
Leminski em Catatau. [7]
O barroco, ou como diz
Perlongher, “o êxtase na festa jubilosa da língua”, evidencia-se
tanto no Catatau como no Grande Sertão: Veredas. Sobre
este último, Severo Sarduy cita-o em seu Escrito sobre um corpo
como uma obra em que a proliferação e a substituição (mecanismos de
artificialização do barroco, segundo Sarduy) são verificadas como
procedimentos de organização da estrutura narrativa [8].
Outro procedimento estético
empregado por Rosa que nos permite relacionar sua obra com a
tradição barroca ocidental é o manejo particular da sintaxe. Quanto
a esta, Rosa destrói a construção sintática “normal” das frases e
cria uma “sintaxe telegráfica”, “sintaxe rítmica, pontuada,
pontilhada de pausas” [9]. A ordem, a ordenação hipotática da prosa
é, pois, subvertida pelo engenho genial do “fabulista/fabuloso”
Guimarães Rosa. E essa des-ordem é também uma das principais
características das criações barrocas, como nos mostra Calabrese
[10].
A “proliferação das
formas em enormidades de palavras” de que fala Haroldo de Campos
sobre o Catatau, podemos exemplificar à maravilha com os
seguintes trechos:
A mucosa
das ventosas dos tentáculos das medusas contrai os testículos dos
machos das hipotenusas, pipt! O escaleno esqueleto esdruxula e cai
na pedra de amolar, perdendo despertivamente o polegar. [p. 102]
O viático longitudinal passa pelas
platitudes de um breviário, cotoveladas, testadas, patadas, pegadas,
pernadas, culminando em um nada, pancada dada com o não! [p. 114]
Estou num prego, de pura preguiça, cruxfo!
[p. 135]
Verificamos, pois, que a “lepra criadora” lezamesca tem no
Catatau e no Grande Sertão dois legítimos representantes.
Contudo, o barroquismo nessas obras seria apenas a característica de
mais simples visibilidade. Acreditamos, porém, haver outras
semelhanças entre elas, as quais, a partir de agora, comentaremos.
Começamos com a aproximação entre os
protagonistas Cartésio e Riobaldo.
Cartésio “é” o
filósofo Descartes, autor das Meditações. Riobaldo é o
“professor” de Zé Bebelo [11]. Ambos os protagonistas são sábios;
cada um à sua maneira. Sábios, que também cada um à sua maneira,
sentem-se deslocados em seus “habitats”: Cartésio na selva
recifense, cercado de “animais anormais”; Riobaldo, no sertão,
cercado de jagunços [12].
Encontramos, tanto no
Catatau quanto no Grande Sertão: Veredas, vários
trechos que justificam essa afirmação da não-adaptação de ambas as
personagens.
No Catatau,
temos:
Duvido se existo, quem sou eu se este
tamanduá existe? [p. 18]
Ali canta
a máquina-pássaro, ali pasta a máquina-anta: ali caga a
máquina-bicho. Não sou máquina, não sou bicho, sou René Descartes,
com a graça de Deus. Ao inteirar-me disso, estarei inteiro. [p. 27]
Para que fui pensar nisso? Logo essa
arquitetura que não se justifica! [p. 35]
No Grande Sertão: Veredas:
E eu era igual àqueles homens? Era. [p.
133]
De que bando eu sou? - comigo pensei. Vi
que de nenhum. [p. 205]
Disso eu fiz um pensamento: que eu era muito
diverso deles, que sim. Então, eu não era jagunço completo, estava
ali no meio executando um erro. [p. 271]
E eu era diferente de todos? Era. [p. 430]
Os
excertos selecionados confirmam a relação de estranheza entre ambas
as personagens e o meio em que vivem. Para ilustrar esta nossa
proposta, citamos Bakhtin em trecho do seu Problemas da Poética
de Dostoiévski, em que o teórico comenta sobre uma das
particularidades da “sátira menipéia”:
O homem
de idéia — um sábio — se choca com a expressão máxima do mal
universal, da perversão, baixeza e vulgaridade. [13]
Riobaldo e Cartésio,
de certa forma, chocam-se com essa “expressão máxima do mal
universal”. Riobaldo depara-se com a crueldade animalesca dos
jagunços. Cartésio luta — com suas “idéias fora do lugar” — contra o
“irracionalismo” tropical (“desleixo no eixo da terra” [p. 13]).
Abordaremos agora as
relações entre os pares protagonistas de ambas as obras: Cartésio e
Artyczewski, no Catatau; Riobaldo e Diadorim (aliás,
Reinaldo), no Grande Sertão: Veredas.
À
semelhança do par Cartésio/Artyczewski, o par Riobaldo/Reinaldo tem
uma relação amorosa entre si, além de uma “relação anagramática”.
Cartésio e
Artyczewski são unidos verbalmente (ou melhor, iconicamente) por uma
invenção leminskiana. Citando Antonio Risério:
Mas mais
claro é quando o amor homossexual é apresentado na materialidade do
texto, em cópula de palavras: “Renatus Cartesius, ah, Articzewski,
Cartesiewski, esperado e coberto” [14].
A relação
anagramática (falando catatauescamente: anaLgramática)
verifica-se aí: cARTésio <—> ARTiczewski. (Observar também a ARTe
paramórfica escamoteada nos nomes).
O mesmo podemos
afirmar a respeito dos protagonistas da obra de Rosa:
“Riobaldo... Reinaldo...” — de repente ele deixou isto em dizer: —
“Dão par, os nomes de nós dois...” [p. 112]
Aqui a proximidade fônica
e visual (icônica, portanto) é ainda maior: RIObALDO <—> ReInALDO.
Tanto no Catatau quanto no Grande Sertão há, portanto,
uma relação isomórfica entre os nomes das personagens e suas funções
na trama.
Enfim, essas
personagens, além de ícones da literatura brasileira (nos meios
oficiais, principalmente as rosianas), são também seres icônicos.
Seres de linguagem. Poesia fazendo Estória(s).
Outra semelhança entre
as obras é o tema do homossexualismo. Na obra leminskiana, o
homossexualismo é, por assim dizer, explícito. Lemos:
Abrir meu coração a Artyczewski. [p. 14]
Uma arara habilita-se a todos os
escândalos sem ser Artiszewski. [p. 17]
Sepultarem-nos nome e coração — um corpo,
e me vem súbito a fome de vorar Artyczewski. [p. 38]
Se seus
olhos fossem meus, olhar por eles, convém a ver: O MUNDO DE AXTYXXX,
altriverso... [p. 71]
Quem te come, saberá; quem te vestiu, te
viu nua? Abro mão de um homem. [p. 81]
Fosse imã e tu vontade férrea, meus
pensamentos te trouxessem até a mim! [p. 122]
Mande que eu pense numa parte muito tua,
mesmo íntima, e terei muito menos prazer em estuprá-la! [p. 122]
Esses e vários outros
exemplos atestam a relação homossexual (ou pelo menos sugerida pelo
narrador) existente entre Cartésio e Artyczewski.
Por sua vez, na obra
rosiana, não há, na verdade, uma relação homossexual, visto que
Reinaldo revela-se uma mulher ao final do romance. Contudo, enquanto
o sexo de Diadorim não é revelado a Riobaldo, este nos narra seu
drama provocado pela paixão proibida:
Então, o senhor me responda: o amor assim
pode vir do demo? [p. 108]
Não fosse um, como eu, disse a Deus que
esse ente eu abraçava e beijava. [p. 151]
Ao tanto com o esforço meu, em esquecer
Diadorim, digo que me dava entrante uma tristeza no geral, um prazo
de cansado. [p. 177]
—“Diadorim, meu amor...” Como era que eu
podia dizer aquilo? [p. 221]
Conclui-se, então, que o tema do
homossexualismo é, realmente, outro aspecto em comum entre os dois
romances. Podemos afirmar, também, que este tema possui finalidades
diversas nas obras em questão. No Grande Sertão, o
homossexualismo serve para provocar o conflito interior de Riobaldo
e levá-lo ao enfrentamento do "demo" — já que é por causa de
Diadorim/Reinaldo que ele segue sua vida de jagunço. No Catatau,
esse tema funciona como mais uma forma de “rebaixar” o protagonista
(um duplo paródico de Descartes, o filósofo das idéias claras e da
certeza absoluta), destruindo a sua “integridade épica e trágica”
[15], fazendo com que ele perca a sua “perfeição e a sua univalência”
[16].
Um último ponto de contato
que podemos levantar entre Catatau e Grande Sertão é a
função dos personagens Artiscweski e Diadorim para a “formação
espiritual” dos protagonistas Cartésio e Riobaldo.
Acreditamos que os
ensinamentos recebidos por Riobaldo de Diadorim podem ser resumidos
na seguinte passagem:
De Maria
Deodorina da Fé Bettancourt Marins — que nasceu para o dever
de guerrear e nunca ter medo, e mais para muito amar,
sem gozo de amor... [p. 458] (sublinhados nossos)
A história
de Riobaldo é uma luta contra o medo e uma busca da felicidade
através do amor. E da fé, posto que a fé e o amor estão plenamente
unidos na alma de Riobaldo através da pessoa e do nome (de um dos
nomes: Fé) de Diadorim.
— Tu não acha que todo mundo é doido? Que
um só deixa de doido ser é em horas de sentir a completa coragem
ou o amor? Ou em horas em que consegue rezar? [p.
445] (sublinhados nossos)
A primeira
lição de coragem, Riobaldo recebe de Diadorim no episódio da canoa,
quando ambos eram ainda crianças.
Riobaldo não sabia
nadar e tivera medo (“Tive medo. Sabe? Tudo foi isso: tive medo! [p.
83]). Ao perceber o medo de Riobaldo, o “menino” Diadorim diz:
— Carece de ter coragem...[p. 83]
O “menino mocinho”
Diadorim também não sabia nadar, porém não receara o rio. (RIObaldo,
curiosamente, teme o RIO. RIObaldo, desde moço, mostra-se à procura
do VAU do RIO, do “RIO VAU-DO” [17]). Esta seria a primeira das
muitas lições de coragem que o “professor” Riobaldo receberia de
Diadorim.
As lições que o amor de
Diadorim dá a Riobaldo podem ser observadas em muitos momentos,
como:
Aqui digo: que se teme por amor, mas que,
por amor, também, é que a coragem se faz. [p. 345]
Diadorim não ia mentir. O amor só mente
para dizer maior verdade. [p. 368]
Eu sei: quem ama é sempre muito escravo,
mas não obedece nunca de verdade... [p. 418]
Porém,
parece-nos que a coisa da maior importância oferecida por Diadorim a
Riobaldo foi a possibilidade de ir ao encontro do “demo”/medo — e
destruí-lo.
Para
poder matar o Hermógenes era que eu tinha conhecido Diadorim, e
gostado dele, e seguido essas malaventuranças, por toda parte? [p.
409]
O demônio
era o Hermógenes (“filho do comércio, da troca, do pacto” [18]). E,
com a morte de Hermógenes pelas mãos de Diadorim, Riobaldo encontra
a paz, podendo chegar à conclusão final de que “o diabo não há” e
que “existe é homem humano. Travessia”.
Por seu turno, a
contribuição de Artischewski para a “formação espiritual” de
Cartésio é, na verdade, a contribuição que Leminski oferece a seus
leitores: ART não explica nada, não pode explicar nada (a embriaguez
de ART é a nossa embriaguez ao saborearmos o catatau leminskiano).
Então, Cartésio e nós, leitores, ficamos desorientados, no meio de
tão densa floresta de signos novos.
Como declara o próprio
Leminski:
O personagem (Cartésio) espera um
explicador (Artiscewski). Espera redundância. [19]
Essa espera redunda em
frustração, pois ART chega “bêbado como polaco que é”. Portanto, ART
representa a confirmação do “fracasso da lógica cartesiana branca no
calor” (Leminski), fracasso esse alegorizado na obra pela derrota
dos “patrões” de ART (lembremos que ART era um mercenário a serviço
da “Companhia”), os holandeses (“Se, passe a hipótese, não houvesse
mau gosto, que seria da queda de Francantartinobra, o que é, é o que
seguiremos a ver?” [p. 46]).
Mais que isso. ART
simboliza a inutilidade do pensamento “analítico-discursivo” para a
compreensão de uma obra cuja lógica é puramente
“sintético-ideográfica” (Apollinaire). Então, quando Cartésio
pergunta “quem me comprenderá?” (última frase da obra) e não recebe
resposta alguma, somente o silêncio do branco da página, a
não-explicação de ART representa a ironia final do livro, o que nos
remete, novamente, às palavras de Leminski:
Me nego a ministrar clareiras para a
inteligência deste catatau que, por oito anos, agora, passou muito
bem sem mapas. Virem-se. [20]
Viremo-nos.
Romances:
LEMINSKI,
Paulo. Catatau. Porto Alegre, Sulina, 1989
ROSA, João Guimarães.
Grande Sertão: Veredas. Rio de Janeiro, José Olympio, 1968
Notas:
1 - LEMINSKI, Paulo.
Uma Carta Uma Brasa Através. São Paulo, Iluminuras, 1992, p.
174
2 - idem, p. 173
3 - idem
4 – PIGNATARI, Décio.
Semiótica & Literatura. Icônico e verbal. Oriente e ocidente.
São Paulo, Cortez & Moraes, 1979, p. 107
“Em 1968
ministrei um seminário na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras
de Marília (São Paulo, Brasil), destinado à análise do fenômeno da
rarefação do enredo na prosa moderna de ficção. As duas
conclusões mais importantes foram as seguintes:
1. a narrativa depende do
número e da hierarquização dos caracteres (estrutura hipotática);
implica um desenvolvimento linear discursivo;
2. a redução do número
de caracteres causa, ao mesmo tempo, um ‘empobrecimento’ da
narrativa (rarefação do enredo) e a simultaneidade de ações
(“Ulisses”, de Joyce, o tão comentado novo-romance francês, e
“L’année Dernière à Marienbad”, de Alain Resnais, podem ser aqui
lembrados como exemplos e ilustrações).”
5 – CALABRESE, Omar.
A Idade Neobarroca. São Paulo, Editora Martins Fontes, 1987,
p. 155
“Por outras palavras, o que mais
do que qualquer outra coisa preside ao nó e ao labirinto moderno é o
claro prazer do perder-se e do vagabundear, renunciando, se
possível, ao último princípio de conexão que é a chave de solução do
enigma”.
6 - CAMPOS, Haroldo
de. “Uma Leminskíada Barrocodélica”, em Metalinguagem e Outras
Metas. São Paulo, Editora Perspectiva, 1992, p. 214
7 - PERLONGHER, Néstor.
“Caribe Transplatino”, em Caribe Transplatino. Poesia
neobarroca e rioplatense. São Paulo, Iluminuras, 1991, p. 25
8 – SARDUY, Severo. Escrito sobre
um corpo. São Paulo, Editora Perspectiva, 1979, p. 64
“c) Na exuberância
barroca de Grande Sertão: Veredas, são detectáveis, como
suportes do discurso, os dois procedimentos antes mencionados
[substituição e proliferação], mas fundidos numa só operação
retórica: o significante “Diabo” exclui do texto toda denominação
direta — substituição —; a cadeia onomástica que o designa ao longo
do romance — proliferação — permite e suscita uma leitura radial de
atributos, e esta variedade de atribuições que o distingue vai
enriquecendo nossa percepção do mesmo, à medida que o advinhamos.
Chamá-lo de outro modo já é intensificar sua panóplia satânica,
ampliar o registro de seu poder”.
9 - CAMPOS, Augusto
de. “Um Lance de ‘Dês’ do Grande Sertão”, em Poesia, Antipoesia,
Antropofagia. São Paulo, Cortez & Moraes, 1978, p. 12
10 -
CALABRESE, op. cit., cap. VI
11 - MACHADO, Ana
Maria. Recado do Nome. Leitura de Guimarães Rosa à luz do nome de
seus personagens. São Paulo, Martins Fontes, 1991, cap. 3
12 - idem, p. 35
“...Rio e baldo
(frustrado), marcando as tantas mudanças de curso de um personagem
que não se fixa num só caminho e que, em seu permanente fluir, toma
o rio por modelo. Como o rio, Riobaldo corre incessantemente. E,
como o rio Urucuia, ele nunca chega ao mar, frustrado em sua vida de
jagunço...”
13 - BAKHTIN, Mikhail
Bakhtin. Problemas da Poética de Dostoiévski. Rio de Janeiro,
Forense-Universitária, 1981, p. 99
14 - RISÉRIO, José
Antônio. “Catatau: Cartesanato”, em Catatau. Porto Alegre,
Editora Sulina, 1989, p. 220
15 - BAKHTIN, op.
cit., p. 100
16 - idem
17 - MACHADO, op.
cit., p. 36
18 – idem, p. 45
19 - LEMINSKI,
Paulo. Catatau. Porto Alegre, Sulina, 1989, p. 210
20 – idem, p. 07
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