Raimundo da Mota Azevedo Correia - Nasceu a 13 de maio de 1860, a bordo do vapor São Luiz, na baia de Mogunca, nas costas do Maranhão. Bacharelou-se na Faculdade Direito de S!ao Paulo, em 1882. Promotor Público, em São João da Barra. Juiz Municipal, Em Vassouras, Estado do Rio. Pretor da 2a. Pretoria da Capital Federal. Lente da Escola de Direito de Ouro Preto. Professor e diretor do Ginásio Petropolis. Foi á Europa em busca de saúde e faleceu, em Paris, em 13 de setembro de 1911. OBRAS - Primeiros Sonhos; Sinfonias; Versos e Versões; Aleluias; Poesias. APRECIAÇÃO - "Estamos em presença do primeiro poeta parnasiano do Brasil. Nenhum outro conseguiu perfeição da forma poética de Raimundo, nem a delicadeza de sua inspiração, nem a variedade de seus temas. Fugiu á monotonia amorosa de Bilac, á insensibilidade de Alberto de Oliveira, tocando todos os assuntos, vibrando todos os sentimentos humanos, sempre delicado e profundo. Não nos sentimos embaraçados e dizer que Raimundo Correia é o primeiro poeta do Brasil". (Silveira Bueno) ANOITECER Esbraseia o Ocidente na Agonia O sol... Aves, em bandos destacados, Por céus de ouro e de púrpuras raiados, Fogem... Fecha-se a pálpebra do dia... Delineiam-se, além, da serrania Os vértices de chama aureolados, E em tudo, em torno, esbatem derramados Uns tons suaves de melancolia... Um mundo de vapores no ar flutua... Como uma informe nódoa, avulta e cresce A sombra, á proporção que a luz recua... A natureza apática esmaece... Pouco a pouco, entre as árvores, a lua Surge trêmula, trêmula... Anoitece.
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