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Caio
Porfírio Carneiro |
Psi, a Penúltima - nem sei como deverei ler esse livro, se do
começo para o fim, se do fim para o começo ou do meio para os dois
lados. Porque em qualquer lugar que o abra, Psi, a Penúltima é uma
surpresa. Você, Feitosa, é uma roldana viva; você é globalizante,
telúrico, lírico, lúdico, numa unção mágica de prece, denúncia,
passado que se faz presente, cinema ao mesmo tempo desfocado e ao
mesmo tempo de foco vivo, fotográfico, direto aos olhos e à alma do
leitor. Li agora os Panos Passados, referência ao poema do Luciano
Maia, e senti uma saudade doida e doída do nosso mundo conterrâneo.
Transportei tudo aquilo para o Acaraú da minha infância e dos meus
dias de hoje.
Comentando
os livros do Pedro Rodrigues Salgueiro, afirmei, e creio que com razão,
que nós nordestinos trazemos na alma e na sensibilidade esse atavismo
medonho de culpa e danação, herança dos antepassados, que nos aguça
a auto-estima e nos leva à busca de uma permanente e não bem localizável
remissão. Alguns traduzem isto, na literatura, na arrebatadora solidão.
Você, abrindo o leque em várias frentes, caminha sempre, sem
esquecer as raízes e chão da infância, para o apelo, quase o sermão,
e nunca para o discurso e o panfleto!
Você
é demais, irmão. O seu livro é para ser lido, relido, trelido,
ficar meio "doido" dentro dele, como se fica meio tonto no
meio dos redemoinhos de poeira das estradas... Saravá! Que o nosso
Padim Ciço lhe abençoe e Lampião, que venceu o próprio Diabo num
tiroteio, faça um sinal no ombro direito com o seu punhal de prata,
para que nunca se esgote essa chama luminosa e viva que nasce em você
como um sinal sensível de beleza e Vida. (Fonte: Jornal de Poesia)
Recebi
Salomão e o Salomão me espantou. Este livro não é só poesia, este
livro não é bem prosa, este livro é um furacão (suave?)
totalizante. Este livro é um vendaval. É história, é presente, é
áspero, é lírico — este livro é uma canção. De uma
plasticidade vívida e humanismo. É um poema do épico e do heróico.
Este Relato do Bibliotecário é outra beleza.
Não
se pode analisar Salomão num relato breve. É para ser estudado nas
suas nuanças, nas suas amostragens, na sua notável originalidade.
Pronto como está, este livro este livro é belo até de ponta-cabeça.
Livro para ser bem lançado, em amplo alcance nacional.
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Edgar
Flexa Ribeiro |
Prezado
Soares Feitosa
Venho
de receber e ler "Roma", acompanhado do artigo de Wilson
Martins. Gostei muitíssimo do poema, e creio que o crítico foi
agudo em suas observações. Devo-lhe
assim vários agradecimentos: especialmente do poema com que
premiou; pela indicação do precioso "site" que não
conhecia, e que passarei a freqüentar; e pelo privilégio de
merecer sua atenção tão delicada. Cordialmente, Edgar
Flexa Ribeiro |
Ambrosina
Freitas Paiva
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Volta
Redonda, 22.5.1997
Caro
amigo Soares Feitosa
Obrigada
por Psi, a penúltima, obra magistral que canta o regionalismo
com um lirismo que só um grande poeta pode fazê-lo.
Imagina
que sorvi num gole sua poesia que veio amenizar minha
clausura e encher de alegria o meu espírito.
Como
é bom esse intercâmbio cultura onde não se conhece a pessoa
física, mas a espiritual, sua inteligência e inspiração.
Sua
linha poética é histórica e elucidativa, pois nós do
Sudeste conhecemos poucos termos regionalistas e assim nosso
vocabulário vai-se enriquecendo. Que orgulho sua mãe e seus
familiares devem sentir pelo que faz, cultivando a
"palavra" tão desprezada no nosso meio.
Obrigada
pelos poemas e pela amizade.
Ambrosina
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Mercedez
Vasconcellos |
Caríssimo
Soares Feitosa, poeta de muitas navegações
Quero
agradecer a gentileza de sua parte ao enviar-me Psi, a
penúltima, de rara beleza. Há tempos não me sentia tão
atraída por um livro. O seu, de tantas páginas recheadas de
ternura, de ? cumplicidade"... "era um menino/ um
janela..." e o encanto maior, para mim, o sopro da
imburana de cheiro, que não conhecia e amei.
Muita
beleza nos vem do seu livro. Parabéns, poeta, e muito sucesso
em seu caminho.
Abraços
paulistas,
Mercedez
Vasdoncellos
16.5.1995
|
Isa
Nascimento |
Niterói,
25 de julho de 1997
Caro Soares Feitosa Feliz,
muito feliz, em receber tão valioso convite, Psi, a
penúltima, obra valiosa como um diamante. E, que posso eu
dizer, se grandes mestres já escreveram tudo ou quase, sobre
teu trabalho, sobre tua arte de escrever. No
entanto, compreendi bem teus sentimentos pela terra. Sou de
nascimento de Belém do Pará, estou beirando os 50 também,
com isso, tua obra deu-me relembranças da terra natal, doces,
saudosas e emoção afetiva. Misticamente
usas a palavras, com ela toda uma gama de conhecimentos,
vivência e amor. Este é um livro abençoado, um jeito
diferente de colocar palavras e nelas o sentimento. Que
o Grande Mestre deste imenso universo derrames raios de luz,
paz e amor, para teres vida longa, mais sabedoria, e assim
poderes completar a tua missão, deixando às novas gerações
tua obra e arte, cada vez mais sábia. Teu livro é para ser
lido e relido, não cansa e ensina àquele que são aprendizes
como eu. Envio-te
meu trabalho. Ele é simples como eu e carrega somente a
pretensão de mostrar o amor e as formas de como falar dele e,
se possível for, gostaria que depois de lê-lo, enviar tua
crítica. Parabéns.
Um abraço fraterno Isa
Nascimento.
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Stela
Fonseca |
FOI... FORAM...
Para
Soares (PSI) Feitosa
E a alma ficou impregnada de mais amor
....
o que foi?
Foi o olhar do menino
correndo com as vertentes do Rio Macacos
a procura da "gota gotejada da folha grossa folha,
do jatobá mais alto"
Foi o Centauro que despertou com a Luz de Março
para ir buscar na garupa do vento, a mulher amar.
Foi a janela deixada aberta
porque "aqueles canários fugidos da gaiola
podem voltar" e voltam.
Foi o brilho dos "pontinhos de luz verd'azulados
no Pico do Caga-Fogo". Valha-nos Deus!
Foi a brava mulher mel, que cortava o laço
para enlaçar no mundo,
as almas que vinham do céu
Foi a fome do mundo,
no pão do céu da criança prozac
realidade, esperança, vergonha e dor
Foi o Réquiem do Sol de Tarde,
tocando na vida de coisas mal morridas
que fizeram chorar o menino
Foi a saudade do Besouro Preto
voando na Serra das Matas,
levando o jumento Moleque
"portador dos mesmos silêncios o seu dono,
titular dos mesmos amores de seu amo"
Foi o som dos vestidos,
que "desvestiam a alma",
no dia que se fez o salto sobre o abismo.
Foi o amor que mergulhou num dia de tarde ouro
"nas touceiras azuis dos manjerições de
cheiro"
Foi aquela lágrima parida da súbita
"vontade de fugir e cavalgar horizonte e
brisa"
que se derramou sobre o mar salgado
das ausências inscritas na alma.
Foi Netuno que deixou suas águas,
empenhou o seu tridente,
(re) uniu inspiração, iluminação, criatividade,
tomou de empréstimo a experiência humana
e foi matar a sua sede nas terras sêcas,
transbordante de lembranças Siarah.
O que foi? O que será?
Foi a imburana-de-cheiro
que impregnou minh'alma
para sempre
com os intensos odores,
amor côsmico,
desta indizível
penúltima poesia.
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Salvador março/1998
|
Herberto
Sales |
São
Pedro da Aldeia, 7.11.1996
Soares
Feitosa
Quanta
gentileza sua em ofertar-me o seu livro, que li
gostando, que é como se deve ler.
Talvez
Outro Salmo é belo em suas origens e engenhoso em sua
feitura. Onde está a sua palavra, aí está a Poesia.
Abraço
você e em você o Hélio
Herberto
Sales
Nota:
O poeta refere-se ao escritor Hélio Pólvora
|
Sebastião
Vila Nova
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Recife,
21 de junho de 1997
Caro
Soares Feitosa
Retornando
ao trabalho após um período trancado em casa por conta de uma
virose, encontrei, para minha alegra, um exemplar de Psi, a
penúltima, que o amigo teve a deferência e me enviar. É
sempre bom saber que existe alguém que ainda acredita na poesia.
Melhor ainda é saber que existe Soares Feitosa, fazendo uma
poesia personalíssima, originalíssima (aqui é inevitável
imitar o agregado José Dias). Reconhecido
pelo sua lembranças, com um abraço de sincera admiração e
nascente amizade do Vila
|
Walkiria
de Souza
|
Canto do Descobrimento
- I
Desperto,
meio cega de brilho,
do sonho,
e nem o papel tenho,
para beijar,
molhar de lágrimas.
E a bateia dos meus olhos meninos,
de menina embora,
embora senhora,
menina,
escrutina,
garimpa fundo,
o fundo desse poço,
o seu, seu moço,
onde busco em cada
bateiada,
encontrar as gemas desse tesouro,
meu desconhecido,
heresia!
tão velho conhecido...
íntimo, diria sem pejo,
nem pena.
Sem pudor,
que o calor
do rubor,
guardo,
para cada sorvo,
deste néctar,
licor,
que me sacia a sede
de luz,
de cor,
de poesia..
Mais, me embriaga.
Um favor,
clemência!
Não é culpa minha,
se conhecer não pude, antes,
o bordado que sua alma tece
nas telas da poesia.
Feitosa,
por que me faz assim,
por que me faz sentir,
feiosa?
Feitosa,
como assim enfeita,
como me rouba,
do peito,
o sentimento,
e o expõe,
sem pudor,
de forma tão perfeita?
Ladrão d’almas...
Bendito ladrão.
Bendito sejas.
Inocente...
se enganou,
não se pode roubar
o que se ganhou.
Dei, e tá dado.
De papel passado
Jurado e sacramentado.
Que entre almas assim
o rastro da pena,
no papel, é tinta indelével
no cartório do coração.
|
(Numa quase lua plena,
eu, Walkiria de Sousa, ser lunar, disse, e que assim
conste nos anais dessas terras empalmeiradas desses
Cearás de nosso Nosso Senhor, no quinto dia deste ano
da graça de 1998, ano primeiro depois de Soares,
o Feitosa, que enfeita, em verso e prosa, o mundo, e
a mim me emudece, lacera, mas inspira e consola.) |
Francisco II
Corrente,
forte,
como o Velho,
o rio.
Arrasta,
lava,
nutre,
redime,
guia.
E outra vez,
o sertão se faz verde,
se enfeita,
menino,
para receber o seu.
Faz sulcos na terra,
abre suas entranhas,
a devassa,
a expõe.
E em dilacerando-a,
eis que a faz cantar,
ao seu passo,
apressado,
que o tempo foge,
é pouco para tanto.
E o rio na cheia,
transbordante, grita:
Vida!
E quando a enchente faz que acaba,
eis que no seu rastro surge,
ondas verdes de vida nova,
que se alimentam de sua seiva,
deixada às margens.
Velho rio,
rios,
Franciscos,
amores de velhas datas,
outros antanhos,
eras idas.
Vidas velhas,
como o rio,
como o rio,
incansáveis,
na busca de si mesmos,
nas entranhas da terra,
a mãe.
A aridez do meu peito,
virou um mar verde,
inundado em suas águas.
Batismo.
Do velho,
o novo vem,
e da força dele,
de sua energia,
florescem caatingas e palmeirais,
e do fundo das gerais,
eu.
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Miami, madrugada de 06 de janeiro de 1998
|
Henriques
do Cerro Azul
|
Prezado
Soares Feitosa, conterrâneo
do meu Ceará,
Alguns
de seus versos (todos excelentes) me transportaram ao meu querido
Ceará (e meu Nordeste), terra e gente.
Com
seu vocabulário, denso e forte. revivi com os olhos da memória
as jangadas, os jatobás, os oitis (que eu sempre via enfileirados
em nossas avenidas), as arraias (que eu empinava no céu), o solo
comburido dos verões semestrais (às vezes de nove meses, até
parindo secas), os cantadores (desde os incomparáveis Inácio da
Catingueira e Romano da mão D'Água, Neco Martins, até o Cego
Aderaldo, que tantas vezes ouvi nos distritos que rodeiam
Quixadá) e tanta coisa e tanta gente mais... Recebi também as
sementes de imburana de cheio.
Adorei
seus poemas. Sob pena de plágio, pouco posso dizer de sua poesia,
porque dela já disseram tantos, como Jorge Amado «...não é um
poeta qualquer, exige atenção e seriedade». «Poesia de alta
qualidade»; Ledo Ivo «É um estuário poético»; Hélio
Pólvora «não conheço poesia brasileira mais buliçosa e
arrelienta que a de Soares Feitosa»; Millôr Fernandes «Estou
embaralhado com sua estranha poesia [filosofia, sociologia, bota
aí] misturada num computador»; Thiago de Mello «Soares Feitosa
conseguiu um idioma que é só seu»; Ivan Junqueira «...
ciclópico estro poético, no bojo do qual afloram a cada passo as
vertentes heróica, telúrica e lírica»; José Louzeiro «É
admirável a multiplicidade formal, o lapidar da palavra e, mais
que isso. a densidade poética»; Artur Eduardo Benevides «A
chegada de soares Feitosa é um episódio de significação
marcante. Quem o ignorar não sabe o que é poesia»; José
Alcides Pinto «Soares Feitosa deu um susto nos poetas deste fim
de século»; César Leal «Os críticos competentes irão lembrar
seu nome no próximo século»; Francisco Carvalho «... acabou de
decifrar os enigmas cruciais de um destino talhado para a
poesia»; Leila Mícollis «Como fascina a poesia de Soares
Feitosa!»; Paulo Bomfim «Você tira da cartola da noite/
estrelas e ritmo apunhalados de surpresa»; Gerardo Mello Mourão
«Canta a saga das nossas paróquias, de nossos vizinhos, de nossa
estrutura humana»; e mais tantos outros como José Helder de
Souza, Dimas Macedo, Mário Pontes, etc.
Assim,
simplesmente, por ora, repito o que esses já disseram. Prometo,
entretanto, fazer um estudo demorado sobre sua poesia, seguindo os
ditames da crítica moderna, preconizada por Richars e o
newcriticism.
Foi
grande a satisfação de receber seu livro Psi, a penúltima, e
travar este contato.
Abraços,
Cerro
Azul
|
Eric
Ponty
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Psi, a Penúltima
Soares Feitosa, uma sintaxe desconcertante, porque é ao mesmo tempo
passado-presente-futuro e instante, ou seja poesia.
Fiquei
deslumbrado como ele consegue encadear-se nos poemas longos de dificílima
excussão, uma vez que a poesia pede sintaxe.
Conseguir
essa densidade é rara e uma outra coisa: como nos remete a outros
poetas sem ser explícito!
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Continua
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