Ubiratan Teixeira
POETA:
Estou recebendo um pouco de vida aí
dessa fonte admirável e perene que são vocês e gostei da construção,
quando você anuncia, pela boca do comedor de mel com farinha, em
“Joelhos & Mel”, “comer morigeradamente”. Só um poeta de verdade
pode deglutir de tal maneira.
Rico, riquíssimo o “4º Panfleto” e “Da
Caixa Postal aos Corrós de Açude”, essa fraterna deliciosa visita ao
poeta Ascendino – poeta; nós aqui, no Maranhão, não temos essa nata
de geradores inquietos que os senhores têm.
Tivemos Gonçalves Dias que nem é
inteiramente nosso, mas foi seqüestrado pelo continente, tivemos
Souzândrade que ainda não existe e temos Nauro Machado que algum dia
existirá. Saiba que sou um homem sem pecados. Desses pecados
inventados pela Igreja Católica ou comungados pelo catecismo cristão
não faço uso. Mas se este for, esse eu tenho: inveja de vocês, meu
irmão, pela maneira lírica como vivem e pela forma pura como cantam
suas vidas. Poeta, obrigado por me ter entre sua gente fraterna.
Estou lhe mandando um livrinho, uma
coisinha miúda de minha lavoura. Coloquei-o nos correios hoje:
receba-o sem exigir demais.
Com um abraço fraterno
UBIRATAN TEIXEIRA.
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