Dora Ferreira
A poesia de Soares Feitosa
Teu livro (livro?) carrega no seu bojo
imantado a vida, o amor, a tristeza, a alegria, a ternura.
Além-literatura, trans-literatura, criatura de Deus!
É uma arca ao abismo deste limiar.
Pronto, atravessa-se o mar, e chega-se ao milênio.
Por que não se reparte o pão aqui na Terra mesmo?
Falta o dom, o gesto de repartir antes do céu. Mas virá! Pode
acontecer e as mesas terão mãos que repartem!
Feitosa, tu és poeta-sacerdote atravessando a noite dos
deuses, como disse Hölderlin e o disseram maluco.
Dionisos pastoreando o desnorteado rebanho.
Abraço-te, poeta de um novo Começo.
Amém. |
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