Velazquez, A forja de Vulcano

 

 

 

 

 

Henrique César Pinheiro


 

A FÉ MOVE MONTANHAS

 

Pela Terra existem muitos pastores,
religiosos e padres mundo além,
que não fazem nada por seu ninguém,
pois na vida estes grandes atores,
realmente, na maioria uns impostores,
que mantêm as igrejas por inteiro
que de lucro de longe sentem cheiro,
e dos crentes exploram sua boa fé.
Que do povo roubam até mulher.
A fé move montanha de dinheiro!

A Igreja do Reino Universal
pelo mundo tem lojas espalhadas,
faturando com as suas boas jogadas,
sempre abrindo uma nova filial,
que dão um grande lucro: monumental.
Banca, tão grande lucro, o dizimeiro,
de quem chegam até a ser meeiro,
aproveitam rede de televisão
para ampliar seu campo de expansão.
A fé move montanha de dinheiro!

Esse lucro enorme e fabuloso,
que não sofre qualquer tributação.
Dele não sobra a parte do Leão.
É negócio de ramo apetitoso,
que se torna ainda mais escabroso,
nele há todo tipo de aventureiro,
até mesmo com fins eleitoreiro,
prometendo ao pobre do cristão
lá no céu um reino de salvação.
A fé move montanha de dinheiro!

Mas não é só Igreja Universal,
todas vão nesse mesmo diapasão,
a fé sempre está em exploração.
Veja a pompa na visita papal.
É um luxo enorme, sem igual.
De ouro tem castiçal, candeeiro,
até mesmo de ouro um chuveiro.
Não precisa de tanta ostentação,
quem a conta paga não tem nem pão.
A fé move montanha de dinheiro!

 

 


 

A GENTE LEVA DA VIDA A VIDA QUE A GENTE LEVA

 

Nesta época de Natal,
devemos lembrar da vida;
uma dádiva tão querida
por todo homem normal
que a outro nunca faz mal,
que da vida muito releva
dela, as boas ações se leva
pra aquela viagem só de ida,
a gente leva da vida
a vida que a gente leva.


Devemos buscar a paz
viver sempre em harmonia.
Na vida há muita fantasia,
que nos leva andar pra trás
tentados pelo satanás
que nos empurra pra treva
e isso não nos eleva
para a próxima guarida,
a gente leva da vida
a vida que a gente leva.


Nesta vida tão bacana
mas, que é pura quimera
nem tudo é primavera
uma vida tão cigana
que parece até gincana
só boa ação se conserva
esqueça o que nos enerva
para se ter boa acolhida
a gente leva da vida
a vida que a gente leva.


Meu nobre Jorge Ribeiro
sua labuta é bonita
em quem muito se acredita
você é grande guerreiro
eu conheço o companheiro
esta pessoa que nos eleva
e que no peito se leva
porque é muito querida
a gente leva da vida
a vida que a gente.

 

 


 

A RAINHA DAS ABELHAS VERSUS A RAINHA DA INGLATERRA

 

A rainha da Inglaterra
figura decorativa,
vive às custas do povo,
que sustenta comitiva,
e como se dele fosse
mesmo uma filha adotiva.

Já rainha das abelhas
que é mesmo primitiva,
vive às custas dos filhos,
sem outra alternativa.
Vive pra reprodução
de uma forma exaustiva.

A rainha da Inglaterra
que não tem qualquer função,
é figura patética,
vive de bajulação.
De um povo muito idiota
que lhe dá roupa e pão.

A rainha das abelhas,
que mata o pobre zangão,
mas que tem nesta sua vida
uma bonita missão,
perpetuar sua espécie,
por isso tem proteção.

A rainha da Inglaterra
não tem qualquer serventia,
vive apenas de flozô
e na maior mordomia.
Na vida nunca fez nada
nem trabalhou um só dia.

A rainha das abelhas,
depois de fertilizada,
dá vida à grande prole,
mesmo que viva deitada,
trabalha o resto da vida
numa forma acelerada.

A rainha da Inglaterra
É UMA POBRE COITADA.
À rainhda das abelhas
não pode ser comparada,
esta produz cera e mel
não vive um conto de fada.

A rainha das abelhas
nossa Terra poleniza.
A rainha da Inglaterra
nosso mundo aterroriza,
com a guerra e a violência
que seu povo preconiza.

As formigas, as abelhas,
também os ratos toupeiras,
eles têm as suas rainhas
que não são de brincadeira.
Elas são fontes de vida
sem cetro, coroa ou cadeira.

Mas o homem tem por norma
gostar da hipocrisia
e que a vida dele não passa
mesmo de uma heresia,
e vive sempre bajulando
tudo que é burguesia.

Quem merece muita honra
são as rainhas-animais,
e não as pseudas-rainhas
que se julgam as maiorais
mas que na realidade
são pessoas muito banais.

 

 


 

ABSOLVIÇÃO DE RENAN CALHEIROS

 

Já esta de volta ao Senado,
Orgulhoso de sua posição,
Senador ontem absolvido
E isento de toda acusação.

Revolta enche esse país,
Esquecido nas mãos de vampiros;
Nação governada por Luís,
A quem há muito não mais admiro
Não tem jeito. Mas o povo quis.

Votação secreta foi mantida.
Absolvido por governistas.
Sujeira ajudou a ser varrida.
Com verba que serviu de lobista
Orçamento terá sua acolhida.
Nós todos vamos pagar pensão
Criança é nossa dependente
E não há como se dizer não.
Logo a mãe vai posar pra gente
Olhos cheios de felicitação.
Suor do povo de uma Nação.

Casa, comida, alimentação,
Aula, segurança e moradia,
Livros, clubes para natação,
Hoje, amanhã e todo dia,
Ele será por nós sustentado
Imposto pagar, que heresia.
Rira de um povo abobalhado.
Orgulho de uma noite de orgia,
Sagaz, tudo foi bem planejado.

Maneira fácil de ganhar vida
Outras usaram deste expediente
Na Espanha dizem que uma está
Isolada, feliz, bem contente,
Calada e criando o seu filho,
Alegre filho de presidente.

Fizeram um grande estardalhaço
Eleição era de oitenta e nove
Rumor candidato ter bastardo
Nação ali mesmo o demove
Ajuda a eleger novo fardo.
Noventa e dois, Nação o remove.
De nove espero e muito aguardo,
O país, porém, não se comove.

Limpeza nós devemos fazer
Urgente neste belo país
Lutar contra quem quer se manter
Usurpando-nos, fazendo servis.

 

 


 

ASSASSINATO DO PORTUGUÊS

 

Hoje em nosso país,
as palavras são abolidas,
por meia dúzia substituídas.
Isso porque uns imbecis,
Todos muito servis,
Um bando de analfabetos,
que se acham cobertos
sempre de muita razão.
Pra tudo têm uma opinião.
Aí o Brasil não dá certo

Pra você ser bem falante,
aprenda palavras chaves
para tudo elas encrave.
Está aí uma boa fonte,
agora você é um gigante.
Pode passar a dizer,
e em tudo se meter,
falando esses modismos,
chamados de neologismos,
mas vai se arrepender.

O charme na Economia
é se dizer patamar.
Juros é praticar,
pra não perder a mania,
muito menos a magia,
algo tem que falar.
Não importar o lugar
e pontos percentuais,
esqueça os manuais,
mas não de encontrar.

Enquanto não é tempo,
passou a ser condição.
Isso em toda ocasião,
não importa o momento,
quando falta argumento,
serve pra comparação.
O negócio é utilização,
mesmo que não caiba
não importa se não saiba,
usa-se mesmo sem razão.

A nível outra desgraça,
seu uso é obrigatório
em qualquer falatório.
Perdeu um pouco a força,
mas ainda há quem faça
seu uso indiscriminado.
Outro dia um delegado
mostrou toda sua ignorância
e com falta de elegância,
ouvi daquele brocado

Uma grande aberração,
falar numa entrevista,
com todo mundo à vista,
na frente da televisão,
dando uma de sabichão,
e que a nível de bala,
disse ele em sua fala,
ele não queria lutar
porque podia se enganar
e inocente ir pra vala.

Ninguém vê mais nada,
agora tudo se confere
se quer vê você espere,
quanto a palavra é falada
em notícia apresentada.
Comprar, vender, assistir
tudo mudou pra conferir.
Tem até gente de cultura,
mas que nunca se apura,
a essa palavra preferir.

Vai se acabar nosso Brasil,
pois tudo aqui só acontece.
Realizar não mais aparece
e nesse nosso grande covil
tem um bando de imbecil,
que não sabe que acontecer
significa improvisar, à mercê.
O significado de realização
passou a ser improvisação.
Preste atenção pra aprender

Agora tudo é oficina.
Qualquer festa é evento.
Assim diz todo jumento:
de bodegueiro de esquina,
à chefe de qualquer faxina.
Tem promotor de evento,
tudo pra qualquer momento,
até pra arranjar uma puta,
ou homem de saia curta,
dentro e fora de convento.

Das palavras mudam sexo.
Pesquisar mais ninguém quer,
nem homem nem mulher.
Isso é puro complexo
de gente com pouco reflexo.
A mascote é o mascote,
tudo num grande pacote
pra ninguém ter trabalho
a educação é um frangalho.
Precisamos de um boicote.

Outras palavras da moda:
estou falando de gestão;
a outra usada é geração,
quando for falar de renda,
isso pra que você aprenda.
Mas fale também com certeza,
vocabulário sem riqueza.
Mas na sua nova falação,
vá dando uma de sabichão.
Para mim só mostra pobreza.

Se não usar o gerúndio,
nem uma lucação verbal,
vai se sair muito mal.
Nesse pequeno latifúndio,
ou se preferir minifúndio,
de aluno do Mobral
de todo esse pessoal,
que junto com a galera
em meu Brasil impera.
Agora tudo é pontual.

Por isso preste atenção,
você está sendo focado
até pela pessoa do lado,
que se acha um doutor,
de Português um professor,
que você é ultrapassado,
pobre dum despreparado
que não teve evolução
na onda de globalização,
há muito foi superado.

Junto e onde vamos falar.
Trocaram sua significação,
transformaram em aberração.
Onde não significa lugar,
serve até como anexar.
Junto não é mais ao lado,
tem um novo significado.
Tenho pena de estudante
que se tornou replicante,
ter o assunto questionado.

 

 


 

BIG BROTHER BRASIL

 

Esse tal de Big Brother Brasil,
só serve para enganar bobo.
Criado pela tal rede Globo,
é um programa de imbecil,
feito dentro de um covil.
Numa semana apuram milhões,
recebendo muitas ligações,
com votos dos telespectadores,
enganando os trabalhadores,
com as escolhas dos paredões.

Nas ruas fazem entrevistas.
Logo aparecem opiniões
de um monte de bobões,
que pensam ser artistas,
que a emissora conquista
na busca por mais audiência.
E haja muita paciência
pra aturar tal programação,
verdadeira desinformação,
mas tem muita assistência.

Povo reclama dos políticos
melhoria nas condições sociais,
mas ele mesmo não vai atrás,
prefere pagar pra ver fuxico.
O dinheiro joga no penico
porque essa merda de programa,
nem a quem participa dá fama;
só aumenta nossa ignorância,
da emissora a sua ganância
porque do povo todo mama.

Transforma nossa pobre gente
num grande bando de jumento,
sem qualquer um discernimento,
porque pessoas inteligentes
não assistem coisas indecentes,
que aumenta mais a violência,
tudo isso pela influência
nefasta da televisão.
Das novelas, filmes de ação,
tudo virou uma excrescência.

O programa do Pedro Bial,
capacho da família Marinho,
que vive lá dentro de seu ninho;
que está a serviço do mal;
coisa desta colônia global.
Veja aquele bando de artistas,
roubando os pobres pensionistas,
na cara muita felicidade,
destila toda a sua crueldade
e ainda roubam dos avalistas.

De toda a sua programação,
Big Brother é o de mais falsidade
e de maior imbecilidade.
Do Fantástico ao Domingão
e também jogos da seleção
são programas uns insuportáveis,
todos eles muito detestáveis.
Não se salvam nem as reportagens
que são só pura bobagens,
e muitas vezes infindáveis.

Ouvindo aquelas conversas.
Tudo é pura falsidade,
na maior desonestidade.
Coisa que não me interessa;
desligo a tv às pressas.
Meu ouvido não é pinico
pra ouvir tanto mexerico
e grande falta de respeito,
todos nós estamos sujeitos.
Ver aquilo dá tremelico

Mas isso é em todo Brasil.
Os programas de televisão
só corrompem nosso cidadão.
Veja a Ana Maria Braga,
com o seu programa muito brega.
Depois a tal de rainha Xuxa,
que está muito mais pra bruxa.
Todos ganham monte de milhão
e o povo não tem nem do pão,
que pra eles não passa de bucha.

 

 


 

BRASIL PRECISAVA DE UM ESTADISTA NÃO DE UM DELEGADO DE POLÍCIA

 

Em mil novecentos e sessenta e um
Era eleito para a presidência
Um sujeito com toda evidência
Que não seria um presidente comum.
Depois de sete meses sem feito algum,
De proibir cavalo de correr em pista,
As mulheres de deixar peito à vista,
Dele não se tinha muita notícia
Porque vivia passeando pela Galícia
BRASIL PRECISAVA DE ESTADISTA,
NÃO DE DELEGADO DE POLÍCIA.

Aquele presidente um tanto vil,
Que se preocupava com briga de galinha,
Baixou um decreto proibindo rinha.
Dele se esperava solução para o Brasil,
Acabar com a corrupção naquele covil.
Mas como não tinha muita perícia
Tentou governar apenas com malícia
E condecorava um grande comunista
BRASIL PRECISAVA DE ESTADISTA,
NÃO DE DELEGADO DE POLÍCIA.

Depois de sete meses no poder,
E à presidência ter renunciado,
Achou que iria ser ovacionado,
E que o povo de volta o ia trazer
Para novamente o poder exercer.
Voltaria como um pára-quedista.
Ser grande presidente: um reformista.
Desfrutar do poder e de sua delícia
De viajar até para Fenícia
BRASIL PRECISAVA DE ESTADISTA,
NÃO DE DELEGADO DE POLÍCIA.

O sujeito era cheio de defeito,
E fazia um monte de bobagem
um governo de pura sacanagem.
Gostava de governar através de bilhete.
Feio, não prestava nem para enfeite,
foi um governo cheio de imperícia
coisa falsa e totalmente fictícia.
Nem comunista nem capitalista
BRASIL PRECISAVA DE ESTADISTA,
NÃO DE DELEGADO DE POLÍCIA.

Foi um grande ato de covardia,
a sua renúncia como presidente
deixou o país no estado de indigente.
Deu aos golpistas ainda mais ousadia,
que numa ditadura nos transformaria,
de quem ficaríamos sujeitos a sevícia.
Seus porões seriam uma espurcícia,
aonde morreria muito esquerdista
BRASIL PRECISAVA DE ESTADISTA,
NÃO DE DELEGADO DE POLÍCIA.

 

 


 

BRASIL, CAPITANIA HEREDITÁRIA, SESMARIA OU OLIGARQUIA?

 

O Brasil nunca deixou
De ser mesmo capitania
Algumas partes do País
Não passa de uma Sesmaria
Chegam uns e se apossam
E formam sua Oligarquia.

Aqui no Ceará nós temos
A oligarquia Ferreira Gomes
Cid, Ciro, Ivo e Patrícia
Esta mudou o sobrenome
Tem o Aníbal Ferreira
Que na calada também come

A tal da família Sarney
É a dona do Maranhão
Que também se apossou
De outro grande quinhão
Fincou pé no Amapá
Pra dominar a região

No Espírito Santo tem
Os Camatas muito em alta
Que se reveza no poder
Com o tal Magno Malta
Que se vier a ser cassado
Ao País não fará falta

A família de Mestrinho
No Amazonas é quem manda
Junto com Bernardo Cabral,
Artur Virgílio por lá anda.
Tem também o Amazonino
Que é lá daquela banda.

Nós temos lá pelo Pará
Governador Almir Gabriel
Tem também Jader Barbalho
Da Sudam levou o mel
Muito cuidado pra ele
Não lhe roubar o anel.

Lá no Rio Grande do Norte
Os Alves são donos reais
Junto com os Rosados
No poder são todos iguais
Sai Rosado entra Alves
E o poder não perdem mais.

Na bonita Paraíba
Tem a família Mariz
Que vive lá no poder
Tudo que sempre quis
Entra ano e saí ano
E ela ainda pede bis.

Alagoas ta dividida
Collor, Lira e Vilela
Vivem brigando entre si
Tudo não passa de balela
Eles não querem mesmo
largar essa boa vitela.

Os Francos são os donos
Das terras de Sergipe
Só não ainda mandam
Na Barra do Cauípe
Porque fica no Ceará
Pertence a outra equipe.

O Piauí é do Mão Santa
E do Hugo Napoleão
Alberto Silva manda por lá
Mas esta é outra questão
Estado mais pobre do país
Pois anda na contramão.

No Estado de Pernambuco
A coisa é diferente
Com Vasconcelos, Maciel
Dividido com mais gente
Nem por isso o Estado
Deixa de ser indigente.

Antonio Carlos Magalhães
Comprou a velha Bahia
Na época da ditadura
manda lá hoje em dia
E seu sofrido povo
Vive sempre em agonia.


Franco, Neves, Azeredo
Gente de Minas Gerais
Se alternam no poder
E ainda querem mais
A exceção é Itamar
Porque já perdeu o gás.

Em São Paulo há mesmo
Um certo revezamento
Mais isso não quer dizer
Que não seja um tormento
Maluf já é deputado
Volta a qualquer momento.

A família Garotinho
Manda no Rio de Janeiro
Do marido vai pra mulher
Ele se elegeu primeiro
Queria ser o presidente;
Conquistar todo terreiro.

No Paraná nós temos
Osmar Dias e Requião
O segundo é governador
Mas procura reeleição
O que eles só querem
É faca e queijo na mão.

Lá no Rio Grande do Sul
Não é muito diferente
Governo de Olívio Dutra
Não foi muito transparente
Que voltar a governar
Sua eleição tá pendente

O Esperidião Amim
Lá em Santa Catarina
Que de novo governar
O estado que domina
Porque quer continuar
A explorar essa mina.

No Mato Grosso do Sul
Tem o tal Zeca do PT
Deixou de governar
Mas salário quer receber
Vão aprovar uma lei
Que vai retroceder.

Em Goiás Íris Resende
marido ou a mulher
os dois têm nomes iguais
mas em nenhum bote fé
se um pegar o poder
o outro também quer.

No estado do Tocantins
Os Campos mandam por lá,
Um Campos governador,
Outro senador do lugar
Eduardo Campos foi eleito
Pro estado representar.

A Capital Federal
Foi reduto do Roriz
Cristóvão passou por lá
Joaquim gostou e pediu bis
Agora foi um pianista
que governar Brasília quis.

 

 


 

CEMITÉRIO

 

Toda lápide de um cemitério
serve só pra fazer sempre apologia.
Encontrar um bandido se desafia,
pois ali nunca há qualquer critério.
As maldades sofrem um revertério.
Não importa se foi um desonesto;
morto deixa de ser um indigesto.
Todos o acham agora bem menino;
cemitério não tem um só cretino,
lá só mora quem é bom e honesto.

Todos se morassem num cemitério,
não haveria maldade, nem tanto crime.
Acho que o povo seria mais sublime,
tanto no pólo e no hemisfério.
Agiríamos com bem mais critério.
E seríamos também mais modesto.
Não apostes tu neste manifesto.
Pois o mundo não é o que ensino.
Cemitério não tem um só cretino,
lá só mora quem é bom e honesto.

 

 


 

CASAMENTO

 

Uma palavra bem feia
que rima com excremento
e que faz um sujeito
virar um grande jumento.
Vocês sabem que eu estou,
falando do casamento!

O homem quando se casa,
arranja aquele tormento.
E na vida não terá mais
sossego um só momento.
Mas se não casa também
vão chamá-lo de bielento.

Por mais pacato que seja
sujeito se torna briguento
Eu acho que vira mesmo
verdadeiro xexelento.
Há ainda risco de levar
chifre a qualquer momento.

O cara sustenta a mulher
e dela também o rebento,
que às vezes nem é dele,
sim de um outro elemento.
Mas agora com DNA
diminui esse tormento.

Porém veja que acontece
com o querido jumento,
mesmo com aquilo grande,
ele não confia no talento.
Se goza cai logo fora.
Foi um fica de momento.

Casar é grande burrice
que trás aborrecimento.
Separar é bem pior;
a pensão é seu advento.
Você ainda vai ter briga
com advogado nojento

Se faz pompa muito grande
naquele dia do evento.
Filmagens da ocasião
assistir, outro tormento,
mas obrigam os amigos
a esse novo sofrimento.

Muitos até se endividam
o reflexo vem com o tempo,
quando começam cobranças,
brigas a todo momento,
as confusões, bate boca,
e daí o xingamento.

Mesmo assim todos querem
curtir o tal casamento.
Essa coisa masoquista;
dela só se ouve lamento.
Mas quando dele se livra
há ainda recrudescimento.

 

 


 

CONFIANÇA

 

Nós vivemos num mundo social,
onde uns colaboram com os outros.
O que não temos vai-se buscar noutros.
Também em tudo não somos o tal,
precisamos de ajuda até de animal.
Não vivemos só, em particular,
alguém sempre terá que ajudar,
mesmo que se tenha poder incrível.
Confiança é o meu combustível
eu, sem ela, não vou a nenhum lugar.

Vive o homem somente em sociedade,
para ter mais vida em harmonia,
segurança, paz e ainda mais garantia.
O que é sua maior necessidade,
e também uma de suas prioridade,
pois buscamos espécie perpetuar
proteção sempre devemos buscar,
ninguém é nesta vida infalível
Confiança é o meu combustível
eu, sem ela, não vou a nenhum lugar.

Aonde se encontrar um ser humana,
terá sempre um ato de cooperação.
Um pessoa à outra dando a mão.
Veja um time que coisa bacana,
se um só jogador aos outros engana,
ou até mesmo se um só errar
o trabalho ali pode se acabar.
Assim a desconfiança é horrível.
Confiança é o meu combustível
eu, sem ela, não vou a nenhum lugar.

 

 


 

HOMENAGEM A PAULO FREIRE

 

Paulo Freire, um grande pensador,
o povo sempre quis mesmo educar
nisso sempre viveu a trabalhar,
esse nosso eminente professor
e também um grande pesquisador,
que não teve do que se arrepender;
e que viveu sempre a nos dizer
e veio aqui seu legado deixar.
Quem ensina aprender ao ensinar,
quem aprende ensina ao aprender.


Nesta vida devemos ter em mente,
aprendemos pois sempre a toda hora
em qualquer lugar, pelo mundo afora,
há alguém que sabe mais que a gente
não importa mesmo quem seja o ente.
Tudo que precisamos nós fazer,
decidimos ao nosso bel-prazer,
mas devemos é mesmo estudar.
Quem ensina aprender ao ensinar,
quem aprende ensina ao aprender.


Não importa o que seja a pessoa,
não se pode viver às escondidas;
sempre há lições a ser aprendidas
de velho, novo, feio, ruim e boa
aqui, ali, até mesmo em Somoa,
de alguém temos que nos socorrer
pois de tudo não se pode saber.
Todos têm sempre algo a nos dar.
Quem ensina aprender ao ensinar,
quem aprende ensina ao aprender.


O grande Paulo Freire na mensagem,
em que fala sobre carpas, golfinhos,
tubarões; como vivem tais bichinhos.
Para todos demonstra sua imagem,
se entre eles há boa camaradagem.
As carpas se escondem pra ninguém ver.
Tubarões só vivem para comer
Os golfinhos vivem pra cooperar.
Quem ensina aprender ao ensinar,
quem aprende ensina ao aprender.

Ele nos ensina ainda muito mais,
aprender devemos com os golfinhos
eles se juntam, pois aos seus vizinhos,
basta cinco pra derrotar voraz
bando de até noventa animais,
tubarões passam mesmo a se comer,
se o sangue de um deles escorrer,
pra isso basta só se organizar.
Quem ensina aprender ao ensinar,
quem aprende ensina ao aprender.

É preciso se ter muito cuidado,
tubarões estão sempre na espreita,
muitas vezes não levantam suspeita,
porque sempre agem muito calado;
pode ser até seu vizinho ao lado
que disfarça, se vai lhe socorrer,
para que depois possa lhe comer
Não devemos temer, mas evitar.
Quem ensina aprender ao ensinar,
quem aprende ensina ao aprender.

Na lição desse mestre eminente,
que nos mostrou como pensar na vida,
bom legando nos deixou com sua ida,
após dez anos longe de sua gente,
resultados continuam excelente,
muitos frutos estamos a colher,
consciências continuam a crescer
na área da educação popular.
Quem ensina aprender ao ensinar,
quem aprende ensina ao aprender.

 

 

 

 

 

 

16.11.2007