O escritor João Soares Neto lança, hoje,
24.9.2009, no Centro Cultural Oboé, "Conversas de
Domingo". A obra reúne crônicas publicadas em
jornais e na internet
O escritor João Soares Neto lança hoje, às 19h30, no
Centro Cultural Oboé (Rua Maria Tomásia, 531), o
livro de crônicas "Conversa de Domingo". João
escreve todas as semanas em jornais e sites e
resolveu reunir alguns dos seus escritos em livro.
Conta que suas crônicas brotam do que ocorre em
Fortaleza, no Brasil e no mundo. "São assuntos e
situações que me puxam. Eu não procuro assuntos. Não
uso a desculpa de falta de assuntos. O mundo é o
assunto. Apenas os coloco sob a minha ótica pessoal
ou analiso questões".
Mesmo assim, João Soares Neto tem várias
referências. Entre elas, Carlos Heitor Cony e Zuenir
Ventura. "Sabem que escrevem para jornal, mas têm
conteúdo literário. Daí serem nomes
inquestionáveis". Cita, ainda, João Pereira
Coutinho, escritor português que colabora com a
"Folha de S. Paulo".
A crônica tem se modificado historicamente. Do
século XIX até os dias atuais, o Brasil teve grandes
cronistas. Com os impactos dos meios tecnológicos,
excesso de informações, exposição de pessoas comuns
em blogs, tweitter, fotoblogs, a crônica se
modifica. Para João Sares, a crônica ou artigo tem
que ter uma feição global. "O cronistas não pode
ficar somente em seu mundinho. Tem que ter
sentimento do mundo, uma feição mais global. Eu
tento fazer isso", diz.
A parafernália tecnológica, de algum modo, se
apropria dos contornos factuais típicas da crônica.
Quer dizer, no futuro até podem substituí-la ou
mesmo com ela conviver. João Soares assinala que o
gênero se mantém. "Vivemos o hoje e isso indica que
as oficinas literárias no Rio e São Paulo estão
cheias de blogueiros aprendendo a escrever o lendo
para saber ler. A mesma crônica ou artigo em jornal
sai no próprio site do jornal, no meu site e em um
site paulista (Amigos do Livro). Como não sei quem
me lê, escrevo de forma clara, sem muita apelação
literária. Escrevo para ser lido".
Em seu livro " Conversas de Domingo", João Soares
buscou a simplicidade. Ao contrário de muitos, diz
que o "domingo não é um dia chato".
- Mas um dia para um mergulho pessoal. Claro que ler
depende dos valores de quem pega um jornal ou um
livro. O domingo não pode ser só praia, roda de
samba e futebol. Isso faz parte, mas o domingo tem
as mesmas horas dos outros dias.
João Soares Neto aborda diversos assuntos em suas
crônicas. Desde questões relacionadas ao hábito da
leitura até textos mais críticos em relação a
aspectos da realidade. Aborda também questões mais
subjetivas como a utopia e a esperança, dois tópicos
contrários ao ceticismo, à aridez da realidade.
Acredita na esperança, "mesmo quando não nos
entendem ou distorcem o que fazemos. Cristo, buda e
Maomé não foram compreendidos. Mas tento,
especialmente com as pessoas a quem amo".
Depois de "Conversa de Domingo", João Soares Neto
lançará um novo livro. Uma obra que prepara há cinco
amos. "É um conjunto de entrevistas com ´Gente que
Conta´. Cito apenas dois entrevistados: Chico Anysio
e Ana Miranda. Os outros são do mesmo nível, todos
cearenses. Não há nele preocupação em bajular, mas
em descobrir facetas novas das pessoas.
João Soares Neto é membro da Academia Fortalezense
de Letras, da Associação Brasileira de Bibliófilos e
Cônsul Honorário do México no Ceará. É autor de mais
de 700 crônicas, artigos, ensaios, críticas
literárias, contos e microcontos.
LIVRO
"Conversas de Domingo"
João Soares Neto
130 páginas
2009
EDIÇÕES LIVRO TÉCNICO
Lançamento, hoje, às 19h30, no Centro Cultural Oboé
(Rua Maria Tomásia, 531). Fone: 32647038