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Marco Lucchesi


 


Quadrante lunar de Majela Colares


 

 

A poesia de Majela Colares tem saber e sabor. Obra que se insinua, através de modos sutis, silenciosos, com seus versos que flutuam como pontes lançadas sobre abismos e significação. E nisto reside a sua modernidade, através de fragmentos e remissões, de coisas passadas e futuras. Mas não é uma obra fria, ou apenas clara, ou marcada por raros matizes.

Trata-se de uma partitura emocionada, de um lirismo que não arranca da paisagem suas flores, aquários ou plenilúnios, mas que com eles estabelece um campo de meditação, como fontes e parcelas da máquina do mundo. Quadrante Lunar responde a essa demanda local e ao mesmo tempo global – como diriam os físicos. Vejo um fio tênue ligando sua aldeia com as demais aldeias do mundo, o processo da história em sua ação contínua e inarrestável, a simpatia do Cosmos e a fina teia de palavras e seus correspondentes sonoros. Vejo um fio que nos aproxima a todos, nas fontes abrâmicas. No céu de Agosto. Ou de Setembro. Esse fio de ouro parte do coração do poeta e o leva para todos os quadrantes. E nisto reside a força de seu canto e de seus passos. Sua maravilhosa invenção e descoberta. De um céu a outro. De um mundo entressonhado e visto. Pois sabe, afinal, que "o Céu vem dos céus - o mundo é pequeno / sublime é o canto, os gestos e o salmo”.

*Poeta, ensaísta, tradutor e critico literário
 



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30/11/2006