Sebastião Uchoa Leite
Notícias do falecimento
Rio de Janeiro, 27.11.2003
O poeta Sebastião Uchôa Leite faleceu nesta quinta, às 11
horas, de insuficiência cardíaca, no Hospital Samaritano. O corpo
será velado nesta tarde na capela 5 do Cemitério de São João
Batista, no Rio e o e enterro ocorrerá amanhã, às 10 horas. O poeta
tinha 68 anos e foi agraciado recentemente com o Prêmio Portugal
Telecom de Literatura Brasileira, no qual ficou em segundo lugar com
o livro A Regra Secreta (Landy, 2002).
Um dos grandes nomes da poesia brasileira contemporânea, Sebastião
Uchôa Leite era pernambucano, nascido em Timbaúba, em 1935. Publicou
nove livros e estreou na poesia em 1960, com Dez Sonetos sem
Matéria. Nesta época, participava de um grupo de literatura com Luis
Costa Lima, depois atuou no Suplemento Literário do principal jornal
pernambucano, o Jornal do Comércio. No Recife, formou-se em Direito
e Filosofia e depois que trocou a capital pernambucana pelo Rio de
Janeiro, continuou trabalhando com traduções e edições de livros.
Nos anos 70, trabalhou com Otto Maria Carpeaux e Antonio Houaiss em
enciclopédias. Em 1980, ganhou o prêmio Jabuti de Poesia, pelo livro
Antilogia. Traduziu obras de vários autores, Julio Cortázar, Lewis
Carroll, Stendhal e Octavio Paz entre eles, e ganhou um prêmio
Jabuti pela tradução de Poesia de François Villon, em 2001. Publicou
vários livros, entre eles Isso Não É Aquilo (1982), Obra em Dobras,
(1988) e A Espreita (2000).
Morre no Rio Sebastião
Uchôa Leite
28.11.2003
ILUSTRADA
Poeta estava internado havia 12 dias devido a insuficiência
cardíaca
DA SUCURSAL DO RIO
O poeta Sebastião Uchôa Leite morreu na manhã de ontem, no Rio,
vítima de insuficiência cardíaca. Ele tinha 68 anos e estava
internado desde o último dia 16 no hospital Samaritano, em Botafogo,
na zona sul da cidade.
Seu quadro clínico se agravou anteontem, segundo o hospital. O corpo
de Uchôa Leite será sepultado às 10h de hoje, no cemitério São João
Batista.
Neste mês, pouco antes de ser internado, Uchôa Leite conquistou o
segundo lugar do Prêmio Portugal Telecom de Literatura Brasileira,
com "A Regra Secreta", pelo qual recebera R$ 30 mil.
Sebastião Uchôa Leite nasceu em Timbaúba (PE), em 31 de janeiro de
1935. Seu primeiro livro, publicado em 1960, foi "Dez Sonetos sem
Matéria". Ao todo, o poeta publicou 12 livros, entre poemas e
ensaios.
Conquistou o Jabuti de poesia em 1980, pelo livro "Antilogia",
prêmio que ganhou outras duas vezes, na categoria tradução, com
"Crônicas Italianas", de Stendhal, em 98, e com "Poesia", de
François Villon, em 2001. Traduziu também obras de A. M. Krich,
Angelo M. Ripellino e Julio Cortázar, entre diversos outros.
A perda foi lamentada pelo meio literário brasileiro. O poeta
Ferreira Gullar ressaltou sua ética e o qualificou como "poeta de
muito requinte, tradutor excelente e um intelectual competente".
"Era alguém por quem tinha um grande carinho, apesar das
discordâncias artísticas", afirmou.
A ética e a competência foram lembradas também pelos poetas Régis
Bonvicino e Frederico Barbosa, que editou seu último livro. "Sempre
foi um trabalhador intelectual sério e exigente. Considero-o como um
dos maiores poetas deste país", disse Barbosa." [Folha de São Paulo,
28.11.2003].
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