Não poderia
deixar de
escrever uma ou
duas frases
- uma palavra
talvez .
Mato o socorro
ao meio.
O papel sangra
por vinte
segundos, eu
acho
que todo o
sofrimento é só
meu
Guardo a
cicatriz até
hoje,
de enterrá-la de
vez.
Quem confere
o ferro está
ao meu lado
louco por um
deslize.
Eu escrevo
torto. O
correto é so-
letrar o
literário
para Deus
meu!
entender.
Continua o
te-ar
dos dedos
perdidos ao
longo do que
ficou dito.
Pega o ar do
final e
chuta para o
início:
Ar-te
que te fere
(in)diretamente.
O músico
tirou o
chapéu
mágico. Este
chapéu não é
a suposta
imagem do
som
O
som perturba
agora.
O
som é mágico
e não
o chapéu
ou o homem.
O GESTO NÃO
É PALAVRA
NEM O OBJETO
AS LETRAS
NÃO SÃO
ONÍRICAS.
A SEQUÊNCIA
DE LETRAS
FAZ O
CONSCIENTE
PALAVRA É O
PENSAMENTO.
Montanha de
Sainte-Victoire
ele teve uma
percepção
abstraiu as
idéias
surradas
entendeu a
natureza
que não era
tão reta
assim
ou tão certa
teve, na
realidade,
algumas
percepções
todas elas
havia de
levar a
sério
e passar os
dias olhando
para o mesmo
sentido
sentindo o
verde nos
pés
talvez mais
nos olhos
sim, as
cores eram
outras
e mudavam
constantemente
o vento
dançava as
folhas
e o céu
dançavam ele
e a cena
pulsa por
dentro
- Como você
é? Me
responda...
- Que tons
são esses?
as curvas
são outras
conforme as
horas passam
e no dia que
vem
novamente
essas
variações
são quase
obsessivas
e o fluxo é
a existência
do tempo
tinha muitas
percepções
colocou
todas elas
por todos os
dias
num cantinho
e gemeu até
o fim