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Ane
A pena do poeta
Pena a correr no papel
emudecido descontente sente
vontade de perfumar as tintas
fazê-las de muitas cores
tons aguados fugidios
Quisera escrever em árabe
línguas mortas cuneiformes
doces parlendas de antanho
que fazem dormir...
Os tempos são outros
caligrafias não mais importam
poesia é coisa concreta
Nunca mais a cantilena
de cheiro guardado
dos velhos baús
da cor mais idosa
do ramo encontrado
nas folhas antigas
do volume usado
herbário de sonho
Quisera ser a voz das múmias
proferindo maldições
gargalhada de um griot
muhidin de minarete
Metálica pena
negra garatuja
arranhando
o papel
arrepia
concreto e pálido
como o dia.
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Muito mais de não sei
quantos mil poetas,
contistas e críticos de literatura.
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