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Ariadne Quintella

Poussin, The Judgment of Solomon

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Ensaio, crítica, resenha & comentário: 


Fortuna crítica: 


Alguma notícia do autor:

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Jean Léon Gérôme (French, 1824-1904), Cleópatra ante César

 

Franz Xaver Winterhalter. Yeda

 

 

 

 

 

Goya, Antonia Zarate, detalhe

 

 

 

 

 

Ariadne Quintella


 

Biografia:

 

Ariadne Quintella é pernambucana, formada em Jornalismo e Direito pela Universidade Católica de Pernambuco (Unicap), pós-graduação em Literatura Brasileira e Artes pela Universo e em Diplomacia pela Faculdade Damas. Com mais de 40 anos de profissão, Ariadne foi, por muitos anos, no Jornal Diário da Noite, repórter, pauteira, colunista, cronista, redatora e editora, inclusive tendo exercido a Editoria Geral desse veículo. Depois no Jornal do Commercio (JC), foi redatora e editora de Turismo.

Atualmente, trabalha como revisora na Companhia Editora de Pernambuco (Cepe). É membro da União Brasileira de Escritores (UBE/PE), da Academia Recifense de Letras, Academia de Letras e Artes do Nordeste Brasileiro, Academia de Letras do Brasil, Associação de Jornalistas e Escritoras do Brasil (AJEB-PE), entre outras instituições.


 

 

 

 

 

 

Frederic Leighton (British, 1830-1896), Antigona,detail

 

 

 

 

 

Ariadne Quintella



A poesia de Soares Feitosa


Palavras, vazios, sinais. Signos e simbolismos. Idéias. Estes elementos estão presente na poesia de Soares Feitosa, que em diferentes momentos desloca-se no espaço e se aproxima do romanceiro, que moldou a expressão poética ocidental.

Foi aos 50 anos que esse autor despertou para a literatura, através da poesia. Nela, o cruzamento de imagens que após passar por um demorado processo de maceração, brotaram de repente sem que o autor se apercebesse.

Não importa buscar qualificacões para a composição poética de Soares Feitosa, ou ter preocupação de encaixá-lo entre os poetas concretistas. Oportuno mesmo é descobrir o que se esconde lá dentro, numa miscigenação de idéias quase sempre carregada de simbolismo e que revela os seus valores.

O corpo da Mãe Terra, como diria Millie Uydert, está vivo e foi construído segundo o mesmo padrão cósmico do homem que ela carrega no colo. E foi justamente essa energia telúrica, capaz de criar os verdadeiros artistas, que impregnou o espírito de Soares Feitosa, fazendo-o retroceder, em determinados momentos, ao seu pé-de-serra, escondido no mapa do Ceará.

Importam as distâncias se a vida é a mesma em toda parte?

Daí ele fazer o contraponto entre o sertão onde nasceu e a Grécia para onde é levado pela mesma estrada. Os deuses do Olimpo ocupam seu imaginário ao lado da raposa, esquálida, cinza, fulva, até do sibite que é nosso compadre e tem filhos para criar.

O autor nos conduz por ravinas, malocas e locas, tocas, ocas e precipícios, onde é comum a presença de espinhos, garranchos e pedregulhos. Numa linguagem rica em metáforas, a poesia de Soares Feitosa também é uma denúncia, embora aquele jogo de palavras seja, aos olhos do leigo, ilógico. Na figura dos engodos e das esperanças, do sofrimento e da resistência, das desigualdades sociais do urso panda e da raposa, o primeiro alimentado a pires de leite e nectarinas e a outra, vítima de perseguição no Maciço do Baturité onde a água, quando aparece, é sempre música e a comida é pouca para dividir com os bichos.

Apesar da adversidade, sobrevive a resistência do homem nordestino nos versos soltos de Soares Feitosa, porque fugir não é destino. É fugaz alternativa do ficar e lutar.

Depois, quem pode escapar do estigma de ser nordestino, baiano ou paraíba ? A resistência do autor foi forjada muito cedo e alimentada pela luz do sol que ofusca de brilho esta região. Por conta disso, ele não despreza as papas de farinha de trigo que comeu, a carne de bode, a coalhada e os cheiros e sons da infância. A lagartinha removeu lentamente as dunas e fez desmoronar tudo, mas Almofala é a cidade ressuscitada pela mesma lagarta que habita o imaginário do poeta. Ali hibernam as primeiras inquietações da adolescência num universo de sortilégios e onde a inspiração vagueia do tema lírico ao filosófico, para fazer valer a força da palavra que desabrochou em verso.

Mas, como diz o próprio poeta, nada é último, só Ele quando voltar, resta ao leitor aguardar e ver que esta edição não seja definitiva.



 

 

Octavio Paz, Nobel

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Virg�lio Maia

 

 

 

 

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