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José Bonifácio Câmara

Maranguape, CE, 09/05/1921 - Rio de Janeiro, RJ, 12/02/2002


Prefácio, ensaio, crítica, resenha & comentário:


Alguma notícia do autor:

 

 

Ticiano, O amor sagrafo e o profano, detalhe

 

Frederic Leighton (British, 1830-1896), Antigona

 

 

 

 

Jean L�on G�r�me (French, 1824-1904), The Picador

 

 

 

 

 

José Bonifácio Câmara  


 

Sobre a poesia de Soares Feitosa

 

Rio de Janeiro, 13 de janeiro de 1996

 

Meu caro Feitosa

Recebi seu grande poema Thiago e mais Femina, do Belo-belo, Lágrima Súbita, Mergulho e Resíduo de sal.

Essa sua última produção vem com cada vez mais força e beleza. Não sei onde você vai parar...!

Receba o abraço fraterno do amigo grato,

José Bonifácio Câmara
 

 

 

 

 

 

Entardecer, foto de Marcus Prado

 

 

 

 

José Bonifácio Câmara


 

Quatro personalidades recebem hoje o
troféu Sereia de Ouro

 

O troféu Sereia de Ouro foi criado pelo industrial Edson Queiroz há 26 anos.

O troféu Sereia de Ouro, conferido anualmente pelo Sistema Verdes Mares, é considerado uma das mais importantes láureas do Estado devido ao seu caráter pluralista e à sua imparcialidade na escolha dos agraciados. Ao completar 26 anos de criação, o troféu idealizado por Edson Queiroz, traduz-se no caráter das ações dos laureados, personalidades que com trabalho e dedicação, ajudaram a dignificar o nome de sua terra, o Ceará.
 

Gerardo Mello Mourão
 

O escritor Gerardo Mello Mourão: ``O que me comove é o reconhecimento do meu povo''

Gerardo Mello Mourão, 71 anos, nasceu ao pé da serra da Ibiapaba, proveniente de duas das mais importantes famílias do município de Ipueiras e vizinhanças, os Mello e os Mourão. Voltado desde os 11 anos para o sacerdócio, quando entrou para o Seminário Holandês dos Redentoristas, em Minas Gerais, aos 17 anos chegou mesmo a tomar o hábito dos Padres de Santo Afonso, no Convento da Glória em Juiz de Fora. Mas ele mesmo confessa que faltou-lhe o heroísmo para assumir a vida monástica. A família tentou, então, convertê-lo em oficial do Exército. Mas a vida militar para o jovem Mourão era quase tão dura quanto a dos padres. Apaixonado por poesia e literatura e a contragosto de parentes decidiu-se finalmente por ser jornalista e escritor.

Autor de livros como ``O Valete de Espadas'' e ``O País dos Mourões'', Gerardo Mello Mourão teve boa parte de sua obra literária editada em vários países, o que chegou a lhe valer uma indicação para o Prêmio Nobel de Literatura. Foi preso várias vezes pela ditadura do Estado Novo de Getúlio Vargas e passou vários anos no exílio. Ainda na prisão, recebeu a notícia da morte de sua primeira mulher, com quem teve uma filha. Do segundo casamento com Léa de Barros Carvalho teve dois rapazes e todos, sem exceção, são motivos de orgulho para ele.

O escritor afirma que grandes premiações internacionais não o comovem. O que o comove é o reconhecimento de seu povo, da sua terra. O troféu Sereia de Ouro é recebido por Mello Mourão como ``um aceno que me faz da eternidade o grande e saudoso Edson Queiroz.''
 

Sinhá D'Amora
 

A artista plástica Sinhá D'Amora, 90 anos: atenada com as cores do Nordeste

Foram 65 anos dedicados às artes plásticas. Agora, aos 90 anos de idade, a pintora cearense Fideralina Corrêa Amora Maciel, ou Sinhá D'Amora, assumiu outra grande tarefa: reestruturar o Museu do Crato, onde vários trabalhos seus e de outros artistas plásticos se encontravam em estado de abandono. Seus quadros, ela própria fez questão de restaurar em casa. Agora, depois de rearranjar o patrimônio do Museu, decidiu criar a Associação dos Amigos do Museu do Crato. Sempre ativa, tanto nas artes como em seus projetos, Sinhá D'Amora prepara novamente as malas e retorna, em outubro, para o Rio de Janeiro, cidade onde morou desde os 23 anos e que deixou, em 94, para se empenhar na missão de salvar o Museu do Crato.

Viúva do contista, poeta, trovador e funcionário do Tribunal de Contas da União Raimundo Amora Maciel, viveu com ele 53 anos de um casamento sem filhos. A própria Sinhá diz que esta foi uma opção feita por ambos e da qual não se arrepende. No dia do casamento, Sinhá D'Amora lembra que o marido lhe deu como presente de casamento a matrícula na Escola Nacional de Belas Artes do Rio de Janeiro. Lá, ganhou prêmios e foi estudar na Europa.

A Europa não alterou a nordestinidade de sua obra, pois sua temática sempre foi centrada no Rio de Janeiro, no Nordeste e no Brasil. O troféu Sereia de Ouro está sendo aceito pela artista não como um prêmio pelo conjunto de sua obra, mas pelo trabalho de soerguimento do Museu do Crato, tarefa a qual chama de ``dádiva imortal''. ``Nesse ponto, acho que mereço mas, como pessoa, sou muito humilde''. Antes ir para o Rio, a pintora fará uma retrospectiva dia 15 de outubro.
 

Luiz Esteves Neto

 

O empresário Luiz Esteves: trajetória ligada a evolução da indústria cearense.

Presidente da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec) por seis anos, cumprindo dois mandatos, o empresário do setor gráfico Luiz Esteves Neto, 72 anos, é um trabalhador incansável. Ao lado do pai, Raimundo Nonato Farias Esteves, começou muito cedo a se interessar pelo setor gráfico. São 58 anos de trabalho sem nunca se afastar da direção da sua empresa, a Tipogresso. À frente da Fiec, o empresário sempre levantou idéias que, mais tarde, se tornariam bandeiras para o desenvolvimento do Ceará empunhadas pelo Governo do Estado ou segmentos industriais.

Seu objetivo, quando presidente da Fiec, foi modernizar a indústria cearense e transformar o empresariado num instrumento de melhoria da situação social do País. Lembra que durante a sua gestão houve uma grande evolução da indústria têxtil e foi dado o pontapé inicial para o desenvolvimento da indústria do mármore e do granito.

Com sua mulher, Ileana, Luiz Esteves foi pai sete vezes. Três dos seus filhos optaram pela mesma profissão e, hoje, estão integrados à empresa. Mas Luiz Esteves confessa que não está preparando um dos filhos para assumir o seu lugar, mesmo porque considera que todos eles são capazes de administrar a empresa. E ressalta que aposentadoria é uma palavra ainda muito distante de seu vocabulário, pretendendo trabalhar ainda por muitos anos. Com relação ao troféu Sereia de Ouro, o empresário afirma receber com muita honra o que chama de reconhecimento ao único mérito que diz possuir, ou seja, gostar de trabalhar. O empresário vê no prêmio um estímulo ao trabalho e a personificação do caráter laboroso de Edson Queiroz.
 

José Bonifácio Câmara
 

O bibliófilo José Bonifácio Câmara: biblioteca com seis mil livros sobre o Ceará

José Bonifácio Câmara, 75 anos, é um bibliófilo e um fã do Ceará. Em sua casa no bairro do Flamengo, no Rio, mantém o maior acervo literário sobre o Estado. Com uma coleção que reúne mais de 6 mil livros, alguns deles peças raríssimas, sua biblioteca particular é sempre aberta para pesquisadores, estudantes, escritores e quem necessitar por informações sobre nossa economia, política, literatura e costumes. Antes de se dedicar a colher e guardar a memória do Ceará, Câmara atuou em diversos cargos públicos destacando os de procurador geral, presidente do Instituto dos Marítimos (INPS), chefe de gabinete do ex-ministro da Justiça Armando Falcão e delegado do Brasil à Assembléia Geral da Organização Internacional do Trabalho (OIT), em Genebra, na Suíça.

Iniciada na década de 50, a biblioteca de Bonifácio Câmara é reduto de tesouros da literatura brasileira. Lá, pode-se encontrar quase todos os livros editados pela Padaria Espiritual, movimento literário cearense do final do Século 19, ``Prelúdios Poéticos'', primeiro livro de Juvenal Galeno, publicado em 1856, e o livro ``Memória Sobre a Criação do Gado Lanígero na Capitania do Ceará'', de autoria do naturalista João da Silva Feijó, publicado no ano de 1811 pela Impressão Régia.

Casado com Terezinha Monte Coelho Câmara, natural de Sobral, com quem teve cinco filhos, Câmara diz estar emocionado com a indicação para o Sereia de Ouro, evento que acompanha há 25 anos. Sente-se honrado em ser agraciado ao lado de Gerardo Mello Mourão, ``um dos maiores poetas e escritores brasileiros; Sinhá D'Amora e seu amigo Luiz Esteves Neto.

 

Talento
 

Os homenageados 71/95
 

  • 1971 - Engenheiro José Walter B. Cavalcante, brigadeiro Jaime Peixoto da Silveira, general Jaime Portela de Melo, governador Plácido Aderaldo Castelo.
     

  • 1972 - Engenheiro Geraldo Cabral Rola, engenheiro Luiz Campelo Gentil, economista Rubens Vaz Costa, senador Virgílio Fernandes Távora.
     

  • 1973 - General Tácito Theophilo G. de Oliveira, professor João Ramos Pereira da Costa, professor Evandro Ayres de Moura, Sra. Dagmar de Albuquerque Gentil.
     

  • 1974 - Governador César Cals de Oliveira Filho, professor Antônio Martins Filho, engenheiro José Lins de Albuquerque, professor José de Guimarães Duque.
     

  • 1975 - Desembargadora Auri Moura Costa, professor Waldemar Alcântara e Silva, industrial Tomás Pompeu de Souza Brasil Neto, médico Eduardo Régis Jucá.
     

  • 1976 - Ministro Armando Ribeiro Falcão, cardeal Aloísio Lorscheider, professor Raimundo Girão, industrial José Dias de Macedo.
     

  • 1977 - Jornalista Luís Cavalcante Sucupira, escritora Rachel de Queiroz, industrial Pedro Philomeno Gomes, economista Antônio Nilson Craveiro Holanda.
     

  • 1978 - Artista plástico Aldemir Martins, empresário Casemiro José de Lima Filho, médico Fernando de Campelo Gentil, desembargador Virgílio de Brito Firmeza.
     

  • 1979 - Professora Eunice Barroso Damasceno, maestro Eleazar de Carvalho, deputado Flávio Portela Marcélio, industrial Ivan de Castro Alves.
     

  • 1980 - Industrial Jaime Tomás de Aquino, deputado Adauto Bezerra, médico José Pontes Neto, ator Renato Aragão.
     

  • 1981 - Empresário Antônio Romcy, general Francisco de Assis Bezerra, pianista Jacques Klein, bacharel Valfrido Salmito.
     

  • 1982 - Empresário Clóvis Rolim, compositor Evaldo Gouveia, ministro Mário David Andreazza, médico Silas Monguba.
     

  • 1983 - Senhor Audísio Mosca de Carvalho, senhor Camilo Calazans de Magalhães, humorista Francisco Anísio de Oliveira Paula Filho, médico Haroldo Juaçaba.
     

  • 1984 - Médico Antônio Vandick de Andrade Ponte, marechal-do-ar Casimiro Montenegro Filho, industrial Ivens Dias Branco, cantor e compositor Luís Gonzaga do Nascimento.
     

  • 1985 - Senhor Carlos Mauro Cabral Benevides, artista plástico Clidenor Capibaribe, diplomata Dário Moreira de Castro Alves, dom Raimundo de Castro e Silva.
     

  • 1986 - Atriz Florinda Soares Bulcão, jornalista Paulo Cabral de Araújo, ministro Vicente Cavalcante Fialho, professor Djacir Lima Menezes.
     

  • 1987 - Poeta Artur Eduardo Benevides, industrial João Clemente Fernandes, ministro José Reinaldo Tavares, ministro Inácio Moacir Catunda Martins.
     

  • 1988 - Industrial Carlos Pereira de Souza, cardeal José Freire Falcão, poetisa e teatróloga Nadir Papy de Saboya, cantor e compositor Raimundo Fagner Cândido Lopes.
     

  • 1989 - Deputado Antônio Paes de Andrade, professor Cláudio Martins, artista plástica Heloísa Ferreira Juaçaba, médico José Edson Pontes.
     

  • 1990 - Médico Aluysio Soriano Aderaldo, médico Francisco Waldo Pessoa de Almeida, escritor Manoel Eduardo Pinheiro Campos, industrial Walter Ary.
     

  • 1991 - Banqueiro Jaime Pinheiro, empresário Plínio de Pompeu Saboya Magalhães, professor Roberto de Carvalho Rocha, artista plástico Sérvulo Esmeraldo.
     

  • 1992 - Médico Fernando Pompeu, político Juraci Vieira de Magalhães, banqueiro José Afonso Sancho, professor Paulo Bonevides.
     

  • 1993 - Médico José Anastácio Magalhães, empresário Fernando Nogueira Gurgel, sacerdote José Linhares Ponte, almirante Henrique Saboia.
     

  • 1994 - Médico José Oswaldo Soares, cineasta Luiz Carlos Barreto, crítico literário, historiador e jornalista Mozart Soriano Aderaldo, museólogo Miguel Ângelo de Azevedo (Nirez).
     

  • 1995 - Sra. Maria Calmon Porto, educador Odilon Gonzaga Braveza, advogado Ernando Uchôa Lima, diplomata Jerônimo Moscardo de Souza.
     

 

 

 

 

 

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