Humberto Seriz
Natal
Espero por ti onde a
claridade se detém
junto das estátuas de
água
nas margens dos olhes e
das aves
que buscam ainda a nossa
respiração
que árvore indestrutível
a infância nos traz?
Crianças de idade
indefinida brincam na lama
têm corpos luminosos e um
olhar estival
procuram nas fendas
bruscos brilhos
breves brisas
e um lugar onde
existe a amizade
de longe
observo o vacilante
ofício dos heróis
como resplandecem no ódio
e na volúpia da morte
franqueio a manhã
o punitivo peso das
palavras
a excessiva voz e tateio
a memória
como um cego a luz
rostos doem de tão
ausentes
Dezembro é o mês
em que o silêncio mais
sente.
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