GUME DE GUEIXA
Sou uma única
mulher
quando a
trombeta anuncia
um inverno sem
tropeços.
Os legionários da palavra
espiam sua
falta de dados
como me fiz
por nenhum motivo
conheço o luxo
de ser nua e insofismável
inquestionável
é a questão e o próximo dia.
Também invoco
nas santas armações
da luta
contínua por porto algum
as desculpas
estilhaçadas em farpas
dos ausentes
cansados em dentes de ogro.
Mas me canso descanso de meu fel.
Ardia na boca
do estômago a fúria da pretensão
– esqueci-a
retaliada no sofá branco e bagunçado –
deve haver
algo melhor do que essa faca
gume de gueixa
a ponta de
prata que rebola a qualquer ultraje
para dentro
através da margem.
e porém... como dizia tenho azia
dor de baço e
um cansaço...
aí retomei a
pena e o pó dos livros
a lide das
pernas e a busca do pão
pensei no amor
como um condimento vespertino
dos enfeites
adiei o aprumo e por três ou quatro
minutos dos
restantes sorri e adormeci
ali ao pé do
carvalho planto, morena,
serena e de
orvalho em pé e sombra
afogada e
deslumbrada
– o nome
daquele é o mesmo deste?
Estes os problemas e sua função.