Manoel Ambrósio Queiroz Neto
Soares
Feitosa: ÆRE PERENNIUS
Um
cometa das madrugadas puxado por um arcanjo desenha no céu sobre o mar
um rastro de Poesia!
E
sobre nós, chuva de luz, revela-se o invisível.
Estrela
nova convoca: tudo, todos!
Veemência
proclama o Hoje, docemente evoca as calendas da Infância...
Fragmentos
da vida, tênues fragmentos: cria, recria, vida, vida nova, expande o
Mundo e expande para
além fronteiras: Kosmos!
De
repente, impulso: Fire, Fire; intuitivamente: Fiat, Fiat, Fiat! e flui e
jorra e arrebata!
Ora
cicia em brisa por entre a mata densa, ora, tempestade: verga, quebra,
arremete ao frêmito e embriaga! Logo depois, qual chama, crepita e
reduz a Pó:
“...................................et
in pulverem reverteris”
Resurrexit
contínuo, proclamas da vida: movimento, força, luz, cor, música!
Onde
ninguém jamais viu nada, ele vê tudo!
Explosão,
poema épico, odisséia:
Siarah! Arrojo & glória!
Avenida
dos pereiros, juremas pretas, unhas-de-gato, cardeiros, marmeleiros, feérica
de pirilampos passeio de raposas fogosas (folguedos de quando chove)
transfiguração beatífica no Pico do Caga-Fogo: Psi, a Penúltima!
Megatons!
Megatons! Trilhões, grilhões de megatons, nos dígitos, digitais:
Format, Cê Dois Pontos!
Lello
Universal: Bissetriz que nunca dividiu o seu mundo! “Ut omnes unum
sint”: Padre-Mestre!
Bólido
de aço, touro bravio, Miura contra todos os muros, Tourada de sangue no
domingo de maio, Cock-pit de dor, dor, dolor, doloris, a pátria de
joelhos, Senna final: “Ayrton”
Xará
Francisco, o Brennand, o Domador do barro, das tintas e da emoção: o
poeta viu o quadro: E se fez Sinfonia!
Vara
de Domador é arco de violino (ou de cello) também batuta de Maestro!
Onde
os músicos?
Os
ventos, as árvores, os pássaros, as formiguinhas, as joaninhas, os
caracóis e os silêncios! O Domador é maestro, apurem-se os
ouvidos aos sons da mata densa!
O
cão não morde: leve sacudidela.
Vamos,
meu Maestro, afinaram-se os instrumentos.
Erga
a batuta:
—
TAN - TAN - TAN - TANNNN!
É
Ele, via Beethoven!
A
Quinta, d‘Ele!!!
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