Marcelo
Benini nasceu no ano de 1970 na cidade
de Cataguases, Zona da Mata de Minas
Gerais, cidade de grande tradição
cultural e literária. Aos quatro anos
mudou-se com a família para Brasília.
A
inclinação para a literatura se
manifestou cedo, por volta dos doze
anos, quando se
trancava no quarto para escrever os
primeiros versos. Aos dezessete anos,
entrou para duas faculdades: Letras, na
Universidade de Brasília e Comunicação
Social, em urna instituição particular.
O desejo de trabalhar e alcançar alguma
independência financeira o fez optar
pelo curso noturno, de Comunicação
Social. Formou-se e mais tarde fez a
pós-graduação em Gestão de Marketing
pela Fundação Getúlio Vargas. Trabalha
na área desde 1987.
A
literatura sempre esteve presente em sua
vida, escrevendo, lendo e convivendo com
os livros, como ele mesmo conta: "Ainda
em Cataguases, meus pais formaram urna
respeitável biblioteca com os grandes
clássicos da literatura e da filosofia.
Quando viemos para Brasília, meu quarto
passou a ser a biblioteca da casa. Isso
durante toda a infância e a juventude. A
proximidade com os livros nasceu dessa
presença física mesmo. Todos os dias eu
acordava e via ali, em frente á cama, os
Voltaire, Dostoievski, Flaubert,
Balzac".
Como
principais influências literárias,
Benini destaca os franceses e russos da
segunda metade do século XIX e, entre os
brasileiros, Manuel Bandeira, João
Cabral, Vinícius e Drummond, na poesia,
e Machado de Assis e Guimarães Rosa, na
prosa. Mesmo começando a publicar
somente em 2010, aos quarenta anos, o
autor manteve-se sempre em atividade. "O
Capim Sobre o Coleiro" é o resultado
primeiro dessa produção. A maioria dos
poemas começou a ser escrita por volta
dos vinte anos e foi sendo modificada
desde então, em um trabalho incessante
de busca da forma ideal.
Benini é
dono de um estilo lírico e bastante
sintético, chegando muitas vezes ao
limite. O livro tem vários poemas com
apenas um verso. "Evito tudo que possa
distrair o leitor da ideia síntese,
aquilo que realmente interessa ser dito
", diz. O autor considera também que
para a boa produção literária é
necessário o trabalho exaustivo para que
o escritor consiga chegar a um estilo
límpido e livre dos lugares comuns. Em
seu livro de estréia, "O Capim Sobre o
Coleiro", Benini usa o elemento
alegórico do passarinho para tratar das
mais diversas questões ligadas á
existência. "No livro, procuro/alar do
meu pequeno universo que é todo
referenciado em Cataguases", afirma o
autor.
O livro é
dividido em quatro partes e cada urna
delas aborda urna questão essencial da
vida humana. A primeira parte trata das
relações com a origem, a família, a
infância e a formação. Na segunda parte,
o livro toca em questões como o amor, o
espanto, as alegrias e as frustrações,
enfim a chegada da maturidade. Na
terceira parte ha quase urna unificação
metafísica entre o homem e o passarinho.
E, finalmente, a quarta parte que se
chama "Pega Passarim Com Poesia" é urna
reflexão sobre o ato de criar. O livro
tem cento e treze páginas e foi editado
pelo próprio autor. (Fonte:
Antonio Miranda)