Mais de 3.000 poetas e críticos de lusofonia!

Ricardo Potsch 

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Titian, Three Ages

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Poesia:


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Ruth, by Francesco Hayez

 

Albrecht Dürer, Mãos

 

 

 

 

 

 

 

Poussin, Rinaldo e Armida

 

 

 

 

Ricardo Potsch


 

E daí?


E daí?
Que seja,
Seja sempre assim
Como é
Para mim
E daí?
Deixe estar
Deixe vir
Que venha!
Danem-se as conseqüências!
Pouco importam as causas!
Todo vexame é pouco
Para ser
O que sou
Sou eu mesmo,
Sim
O mais puro ser de mim
E daí?

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Rubens, Julgamento de Paris

 

 

 

 

 

Ricardo Potsch


 

O lugar
 

 

O espaço dentro de si
Vácuo manifestado
Sem tato,
Sem lado
Piso, teto,
Vago...
Sem tempo que corra
Prá frente ou prá trás
Sem centro
Intenso
Silêncio
Ouça, Ouça
O pulso vento soprar,
Em movimento de ir e vir
Da surda respiração do lugar
É o corpo do mundo
Sem dentro
Sem fora
Sem começo,
Sem fim
Quente como o ventre
Que faz nascer
De seu hálito
Este momento
Presente

 

 

 

Mary Wollstonecraft, by John Opie, 1797

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Maria Azenha

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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Ricardo Potsch


 

O vento


O vento sopra
O vento uiva
O vento vem de dentro
E passa
Traz vozes, traz dores, traz recordações
O vento frio
O vento quente
Que vem de sempre
De algum lugar
Sem chamar
Lá vem o vento
Do silêncio
         Da noite
Como um trem
Sem parar
Com seu apito
        Di- vagar

 

 

 

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Rita Brennand

 

 

 

17.04.2006